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O papel das mulheres na Revolução Francesa (século XVIII)

Por Kamilla Soraggi | Em 30/08/2022 10:05:42 | História, Revolução Francesa | 💬 0

O papel da mulher no final do século XVIII estava relacionado a permanecer no espaço doméstico, porém as mulheres participaram da Revolução Francesa de duas formas. Confira!


O papel das mulheres na Revolução Francesa (século XVIII)
O papel das mulheres na Revolução Francesa (século XVIII)

A Revolução Francesa foi um fato histórico que marcou a História do Ocidente, sua importância se exemplifica através de se tornar um marco cronológico da contemporaneidade.

A França do século XVIII rompeu com o sistema absolutista, centralizado na figura de Luís XVI, colocando fim na estrutura política, econômica e social que tinha resquícios do feudalismo.

Através da influência do iluminismo, os ideias Liberdade, Igualdade e Fraternidade ecoaram por toda a França simbolizando uma vitória da burguesia que se consolidou no poder.

No entanto, é importante ressaltar que outros setores da sociedade participaram como camponeses, sans-culloes e mulheres.

O papel tradicional da mulher no século XVIII

O papel da mulher no final do século XVIII estava relacionado a permanecer no espaço doméstico através da concepção iluminista de mães-educadoras, ou seja, a educação feminina era diferenciada devido à ideia de prepará-las para educar seus filhos para eles se tornarem bons cidadãos.

O quadro mostra o papel da mulher na educação dos filhos ( observe que ela está com um livro nas mãos)
O quadro mostra o papel da mulher na educação dos filhos ( observe que ela está com um livro nas mãos).

Os pensadores iluministas defensores das liberdades individuais e dos direitos dos cidadãos em sua maioria não admitiam a ideia de igualdade de gênero, declarando uma inferioridade feminina.

No entanto, Condorcet deputado da Convenção (regime político no processo da Revolução Francesa) escreveu sobre os direitos femininos a participação política no Jounal de la Sociéte de 1789.

Participação feminina na Revolução Francesa

As mulheres participaram da Revolução Francesa principalmente de duas formas: com o objetivo de transformar a condição econômica que sofria sua família, como também na luta pela conquista de seus direitos políticos buscando a igualdade com os homens.

Muitas mulheres desesperadas pela fome que abatia sua família devido a escassez de alimentos elaboraram motins populares, como por exemplo, na primavera de 1789 que um grupo de manifestantes liderados por uma mulher grávida Marie-Jeane estimulou a invasão a manufatura Réveillon.

Em um episódio importante no processo revolucionário, um grupo de mais de 7000 mulheres avançaram em a caminho de Versalhes com o objetivo de trazer o rei de volta à Paris, para que ele solucionasse a crise do “pão”.

Estima-se que elas percorreram cerca de catorze quilômetros debaixo de chuva, armadas de lanças, machados, foices, puxando um canhão sem munição acompanhadas de seus maridos, alcançaram o objetivo de comandar a volta da Família Real.

Mulheres marchando em Versalhes para buscar o rei Luís XVI
Mulheres marchando em Versalhes para buscar o rei Luís XVI.

Algumas mulheres com a intenção de defender a pátria (1792) quando a França declarou guerra à Áustria, alistaram-se no exército disfarçadas de homens para acompanhar seus maridos, irmãos e pais. Marie Charpentier foi uma mulher que conseguiu se alistar e servir até 1796.

Outro papel importante foi o ativismo feminino no espaço público inicialmente tem-se as cartas e panfletos reunidos nos Cahiers de Doléances (Cadernos de Queixas) encaminhado ao Rei Luís XVI ou aos deputados dos Estados Gerais ( início de 1789) que exprimiam as queixas de diversas mulheres.

As principais críticas são: educação para as meninas mais qualificada, direito da mulher à propriedade, oportunidade de trabalho , ou seja, questionavam as injustiças praticadas na sua condição na sociedade perante a legislação.

No decorrer da Revolução mulheres criaram clubes políticos que debatiam os direitos das mulheres como, por exemplo, a Associação das Republicanas Revolucionárias estabelecida em 1793 por Claire Lacombe e Pauline Léon.

Um dos mais importantes foi a Sociedade Patriótica da Beneficência e das Amigas da Verdade que defendiam os direitos políticos das mulheres, o divórcio e a educação feminina liderada principalmente por Olympe Gouge (criou a Declaração dos direitos da mulher e cidadã em 1791 em resposta a ausência de direitos femininos na Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão de 1789), no entanto ela foi acusada de ser contra revolucionária e de não seguir as obrigações do sexo feminino sendo guilhotinada.

Olympe Gouge (1748-1793)
Olympe Gouge (1748-1793).

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Por Kamilla Soraggi | Professora de História
Mestranda em História Social na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro e graduada em história na Universidade Federal Fluminense.

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