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Simulado: Exercícios Uso da Vírgula com Gabarito - Português

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62 ótimo
199 bom
280 regular
31 péssimo

Considere o texto abaixo para responder às questões.

Seis de janeiro, Epifania ou Dia de Reis (em referência aos reis magos), fecha o ciclo natalino que, entre os romanos, festejava o renascimento do sol depois do solstício de inverno (o dia mais curto do ano).
Era uma festa de invocação do sol, pelo fim das noites invernais. Durante esses festejos pagãos, os papéis sociais se confundiam. Havia troca de presentes e de identidades. O escravo assumia o lugar de senhor, o homem se vestia de mulher − como se, para agradar à natureza, tivéssemos de reconhecer a arbitrariedade das convenções culturais.
Nesse intervalo de poucos dias, o homem aceitava como natural o que por convenção as relações sociais e de poder não permitiam. Ameaçado pelos caprichos da natureza, reconhecia que as coisas são mais complexas do que estamos dispostos a ver.
É plausível que Shakespeare tenha escrito “Noite de Reis”, segundo Harold Bloom sua comédia mais bem-sucedida, pensando nessa carnavalização solar, para comemorar a Epifania. A peça conta a história de Viola e Sebastian, gêmeos que naufragam ao largo do que hoje seria Croácia, Montenegro ou Albânia, e que no texto se chama Ilíria. Viola acredita que o irmão se afogou. Ao oferecer seus serviços ao duque de Ilíria, ela se disfarça de homem, assumindo o nome de Cesário. É o suficiente para pôr em andamento uma comédia de erros na qual as identidades serão confrontadas com a relatividade das nossas convicções.
O sentido irônico do subtítulo da peça − “o que bem quiserem ou desejarem” − dá a entender que os desejos desafiam as convenções que os encobrem. As convenções se modificam conforme a necessidade. Os desejos as contradizem. Identidade e desejo são muitas vezes incompatíveis.
É o que reivindica a filósofa Rosi Braidotti. Braidotti critica a banalização dos discursos identitários, uma incapacidade de lidar com a complexidade, análoga às soluções simplistas que certos discursos contrapõem às contradições. Diante da complexidade, é natural seguir a ilusão das respostas mais simples.
Sob a graça da comédia, Shakespeare trata da fluidez das identidades. Epifania tem a ver com a luz, com o entendimento e a compreensão. Mas para voltar a ver e compreender é preciso admitir que as contradições são parte constitutiva do mundo. A democracia, em sua imperfeição e irrealização permanentes, depende disso.

(Adaptado de: CARVALHO, Bernardo. Disponível em: www1.folha.uol.com.br) 

Leia as afirmações abaixo a respeito da pontuação do texto.

I. As vírgulas que isolam o segmento segundo Harold Bloom sua comédia mais bem-sucedida (4o parágrafo) podem ser substituídas por parênteses sem prejuízo das relações de sentido estabelecidas no contexto.
II. Sem prejuízo do sentido original, uma pontuação alternativa para o segmento O sentido irônico do subtítulo da peça − “o que bem quiserem ou desejarem” − dá a entender que... (5o parágrafo) é: O sentido irônico do subtítulo da peça: “o que bem quiserem ou desejarem”, dá a entender que...
III. No segmento ...como se, para agradar à natureza, tivéssemos de reconhecer a arbitrariedade das convenções culturais (2o parágrafo), o segmento isolado por vírgulas assinala noção de finalidade.

Está correto o que se afirma APENAS em 

Assinale a alternativa em que a vírgula foi empregada CORRETAMENTE:

Assinale a alternativa em que a frase foi redigida DE ACORDO com as normas técnicas de pontuação:

Conversas movimentadas

É muito comum que logo pela manhã, nas grandes cidades, a conversa entre colegas de trabalho se inicie por frases que aludam aos congestionamentos enfrentados no caminho, ou à surpresa de o trânsito naquela praça não estar inteiramente prejudicado, ou então – milagre dos milagres! − ao fato inexplicável de como dessa vez não demorou quase nada a travessia da famosa ponte. Tais assuntos dominam as conversas, determinam o humor; representam-se nelas o pequeno drama, a ansiedade, a aflição ou o desespero que vivem os habitantes das metrópoles. 
É um assunto tão invasivo quanto obrigatório, do qual não se pode fugir. A simples locomoção de um lugar para outro reedita, a cada dia, a façanha que é o ir e o vir nas grandes cidades, o desafio que está na chamada “mobilidade urbana”, designação do conjunto de fatores que condicionam a movimentação dos indivíduos no espaço público. A mobilidade urbana tem enorme importância para a qualidade de vida da população. Não se trata, simplesmente, da movimentação mecânica de um lugar para outro; trata-se do modo pelo qual ela ocorre, de seus efeitos no cotidiano, da fixação de prazos e horários de trabalho e lazer, do humor dos indivíduos, dos prazeres e desprazeres que acarreta. 
Falar do trânsito, sobretudo de suas dificuldades que parecem fatais, torna-se, assim, mais do que um papo corriqueiro: vira uma espécie de senha familiar pela qual todos se reconhecem, um motivo para se reafirmar aquela cumplicidade solidária que os problemas comuns provocam nas criaturas. Um considerável salto civilizatório se dará quando as pessoas, no começo do dia de trabalho, não tiverem do que se queixar quanto à sua mobilidade, e puderem tratar de outros assuntos que melhor as congreguem.

(Salustino Penteado, inédito) 

Está plenamente adequada a pontuação da seguinte frase: 

PINACOTECA E FILATELIA

Dia desses me contaram uma ótima piada, que eu não ouvia há muitos anos.
O japonês chegou todo feliz para registrar seu filho no Brasil, mas não sabia que nome ia escolher.
- Que tal Pedro?
O japonês não gostou.
- Que tal Paulo?
Também não.
Aí o escrivão pensou, pensou e falou:
- Eu sugiro...
- Sugiro é um bom nome! – gritou o japonês.
Mas o leitor não fique aí, rindo dos japoneses, porque nós, brasileiros, temos nomes mais malucos do que esse da piada. O Guia dos curiosos, por exemplo, garante que já existiram coisas do tipo Açafrão Fagundes, Errata de Campos, Restos Mortais de Catarina, Um Dois Três de Oliveira Quatro. Acredito que o Marcelo Duarte, organizador do Guia, tenha conferido um por um.
O pior é que sempre aparece um gaiato querendo ser mais realista do que o rei (ou mais cartorial do que o cartório) e inventa que conheceu gêmeas chamadas Pinacoteca e Filatelia, ou trigêmeas chamadas Naída, Navinda e Navolta Pereira. Como não é fácil verificar a autenticidade desse tipo de coisa, muitos desses “causos” acabam se espalhando por aí. Viram lendas urbanas.

(CUNHA, Leo. Ninguém me entende nessa casa. São Paulo: FTD, 2011.)

Sobre o uso de sinais de pontuação no texto, assinale a afirmativa correta.

Falando sobre uma passeata em São Paulo, um jornal paulista escreveu o seguinte:

“Os alunos iam à frente da passeata, e os professores seguiam atrás”.

A vírgula, nesse caso, 

Os pontos cegos de nosso cérebro e o risco eterno de acidentes
Luciano Melo

O motorista aguarda o momento seguro para conduzir seu carro e atravessar o cruzamento. Olha para os lados que atravessará e, estático, aguarda que outros veículos deixem livre o caminho pela via transversal à sua frente. Enquanto espera, olha de um lado a outro a vigiar a pista quase livre. Finalmente não avista mais nenhum veículo que poderá atrapalhar seu planejado movimento. É hora de dirigir, mas, no meio da travessia, ele é surpreendido por uma grave colisão. Uma motocicleta atinge a traseira de seu veículo.
Eu tomo a defesa do motorista: ele não viu a moto se aproximar. Presumo que vários dos leitores já passaram por situação semelhante, mas, caso você seja exceção e acredite que enxergaria a motocicleta, eu o convido a assistir a um vídeo que existe sobre isso. O filme prova quão difícil é perceber objetos que de repente somem ou aparecem em uma cena.
Nossa condição humana está casada com uma inabilidade de perceber certas mudanças. Claro que notamos muitas alterações à nossa volta, especialmente se olharmos para o ponto alvo da modificação no momento em que ela ocorrerá. Assim, se olharmos fixamente para uma janela cheia de vasos de flores, poderemos assistir à queda de um deles. Mas, se desviarmos brevemente nossos olhos da janela, justamente no momento do tombo, é possível que nem notemos a falta do enfeite. O fenômeno se chama cegueira para mudança: nossa incapacidade de visualizar variações do ambiente entre uma olhada e outra.
No mundo real, mudanças são geralmente antecedidas por uma série de movimentos. Se esses movimentos superam um limiar atrativo, vão capturar nossa atenção que focará na alteração considerada dominante. Por sua vez, modificações que não ultrapassam o limiar não provocarão divergência da atenção e serão ignoradas.
Quando abrimos nossos olhos, ficamos com a impressão de termos visão nítida, rica e bem detalhada do mundo que se estende por todo nosso campo visual. A consciência de nossa percepção não é limitada, mas nossa atenção e nossa memória de curtíssimo prazo são. Não somos capazes de memorizar tudo instantaneamente à nossa volta e nem podemos nos ater a tudo que nos cerca. Nossa introspecção da grandiosidade de nossa experiência visual confronta com nossas limitações perceptivas práticas e cria uma vivência rica, porém efêmera e sujeita a erros de interpretações. Dimensiona um gradiente entre o que é real e o que se presume, algo que favorece os acidentes de trânsito.
Podemos interpretar que o acidente do exemplo do início do texto se deu porque o motorista convergiu sua atenção às partes centrais da pista, por onde os carros preferencialmente circulam sob velocidade mais ou menos previsível. Assim que o último carro passou, ficou fácil pressupor que o centro da pista permaneceria vazio por um intervalo de tempo seguro para a travessia. As laterais da pista, locais em que motocicletas geralmente trafegam, não tiveram a atenção merecida, e a velocidade da moto não estava no padrão esperado.
O mundo aqui fora é um caos repleto de acontecimentos, e nossos cérebros têm que coletar e reter alguns deles para que possamos compreendê-lo e, assim, agirmos em busca da nossa sobrevivência. Mas essas informações são salpicadas, incompletas e mutáveis. Traçar uma linha que contextualize todos esses dados não é simples. Eventualmente, esse jogo mental de ligar pontinhos cria armadilha para nós mesmos, pois por vezes um ponto que deveria ser descartado é inserido em uma lógica apenas por ser chamativo. E outro, ao contrário, deveria ser considerado, mas é menosprezado, pois à primeira vista não atendeu a um pressuposto.
Essas interpretações podem provocar outras tragédias além de acidentes de carro.

Disponível em:. Acesso em: 20 abr. 2019. (texto adaptado) 

A vírgula está indicando trecho com função meramente explicativa em:

A (in)segurança pública e os reflexos na sociedade
José Ricardo Bandeira

A cada dia que passa os cidadãos das grandes cidades e capitais brasileiras são obrigados a conviver com a explosão de violência e criminalidade que assola o país. Balas perdidas, arrastões, roubos e homicídios já não são surpresas em uma nação que tem a incrível taxa de mais de 60 mil assassinatos por ano.
E, nessa esteira de violência, muitos políticos são eleitos. Infelizmente, exploram a bandeira da repressão — a exemplo das últimas eleições — com um discurso muitas vezes demagógico e sem profundidade. Falam coisas que o cidadão cansado e acuado espera ouvir. Mas, assim como os anteriores, repetem as mesmas práticas de combate à criminalidade, que, por evidentes razões, não surtiram efeito.
A saber, nas últimas décadas, tornou-se prática obrigatória no Brasil combater a criminalidade por meio do enfrentamento policial em detrimento de muitas outras medidas racionais e científicas que poderiam trazer resultados sólidos.
Em uma caixa chamada segurança pública, onde existem diversas outras alternativas, a polícia é única e tão somente uma das ferramentas no combate à criminalidade.
Apenas para ilustrar como os nossos governantes priorizam o enfrentamento policial, a primeira grande operação no Brasil ocorreu no dia 21 de março de 1963 na “comunidade da favela”, hoje conhecida como morro da Providência, no Rio. Com o apoio de um helicóptero, cerca de 500 policiais cercaram a comunidade e fizeram 200 presos. Daí por diante, essa foi a política de segurança implementada por praticamente todos os governadores do Brasil.
Entretanto, ao priorizar o enfrentamento policial, os efeitos colaterais são inevitáveis. Há morte de inocentes, caos e transtornos nas grandes cidades e prejuízos ao comércio e turismo, além de graves sequelas psicológicas provocadas naqueles que vivenciam a violência diariamente.
A segurança pública é uma ciência e, como tal, deve ser tratada e conduzida. Logo, a forma mais eficiente de lidar com a violência nas grandes cidades é por meio de investimento em inteligência, impedindo que drogas, armas e munições cheguem às comunidades dominadas pelo tráfico de drogas e pelas organizações criminosas. Asfixia-se, assim, suas ações e corta-se seus recursos — sem drogas, armas e munições, o crime naturalmente sucumbe.
Todavia, nesse critério, o governo federal sempre foi o grande vilão da segurança pública, pois nunca impediu que drogas, armas e munições atravessassem fronteiras, percorressem estradas, portos e aeroportos e chegassem às comunidades.
Em paralelo à aplicação das medidas de inteligência, é necessário também um grande projeto de geração de emprego e renda em substituição ao dinheiro gerado pela narcoeconomia que circula nas comunidades. Infelizmente, enquanto tais medidas não forem implementadas, continuaremos a velha política de enfrentamento e com a triste classificação de termos a polícia que mais mata e que mais morre no mundo.

Disponível em:. Acesso em: 16 abr. 2019

Sobre o uso dos sinais de pontuação, é correto afirmar: 

Assinale a alternativa que apresenta a pontuação correta, conforme a língua padrão de escrita.

Entre os achados da pesquisa, apontou que as taxas de aborto caem em países desenvolvidos e se mantêm estáveis nos países em desenvolvimento; que[1] a América Latina é a região com mais alta taxa anual de aborto (44 a cada 1.000 mulheres em idade reprodutiva) e com a mais alta taxa de gravidez indesejada (96 a cada 100 mulheres). Mostrou também que a taxa de aborto é similar entre os países que legalizaram e os que continuam proibindo a prática. Em suas palavras: "Restrições jurídicas não eliminam o aborto. Em vez disso, aumentam as chances de abortos inseguros, pois[2] mulheres são compelidas a buscar a via clandestina". 

Sobre o uso da pontuação, afirma-se corretamente:

Resolver simuladosEscolaridadeQuantidade
Interpretação de TextosEnsino Superior272
SintaxeEnsino Médio28
Interpretação TextualEnsino Médio17
Interpretação de TextoEnsino Médio13
MorfologiaEnsino Superior8
VerbosEnsino Médio8
PontuaçãoEnsino Médio8
Locução AdverbialEnsino Médio7
Flexão VerbalEnsino Médio7
OrtografiaEnsino Médio5

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