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Simulado: Agente Socioeducativo - Português - DEGASE - CEPERJ

9 questões | Português, Ensino Médio

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47% acertos
Difícil
15 ótimo
75 bom
95 regular
17 péssimo

Texto associado.
PARA ISSO HAVIA VINDO DO CEARÁ

Bem-Te-Vi morreu há quase dois anos, mas, no momento mesmo em que foi morto, nem bem o
carregavam como um fardo, já ia rumo ao esquecimento. Reis são mortos e postos a toda hora na Rocinha.   
Naquele dia, ia vistoriar seus postos de comércio cercado por 12 seguranças, sua guarda pretoriana, mas não
sabia que, no caminho, policiais com 4 mil munições estocadas numa quitinete esperavam por ele. Ninguém
os havia visto entrar sorrateiros na cidadela, atravessando as vielas.   L.5

Para isso havia vindo do Ceará. Para parar diante da quitinete às duas e tantas da madrugada
daquele exato sábado, com seu cabelo pintado de vermelho, sua pistola Glock, seus 28 anos e a certeza de
ter vencido na vida.

Quem lhe pôs o apelido de Bem-Te-Vi não pensou no alçapão. E o apelido deve ter sido posto antes
dele virar bandido, porque bandido não tem apelido, tem codinome, e não ficaria bem a um bandido ser   L.10
chamado como passarinho. Pelo menos não ao bandido que se sabia o mais procurado pela polícia, e que
com seu celular se fotografou sorrindo, de peito nu, empunhando uma Uzi dourada. Àquele melhor caberia
chamar-se Gavião.

Erismar, como havia sido batizado no começo de tudo, quando ainda não era possível – ou era? –
prever sua trajetória, chegou no Rio aos 11 anos e aos 14 entrou para o tráfico. Os jovens que estão transformando  L.15
as periferias de Paris em campo de batalha, incendiando carros e destruindo escolas, devem ter
aproximadamente a mesma idade. Sim, é claro, os jovens franceses que a França abriga tão a contragosto,
vindos das antigas colônias ou filhos de emigrantes, estão defendendo a sua cidadania, o seu direito à
igualdade. Os jovens sempre descarregam em guerras o excesso de testosterona, e as causas nobres sempre
justificam a guerra.  L.20

Um traficante não luta por causas nobres. Um traficante quando distribui presentes à comunidade e
faz assistencialismo não é, à moda de Robin Hood, para redistribuir renda, mas para garantir conivência. Um
traficante é uma variante de mercenário, faz guerra pelo butim e pela possibilidade, ainda que pequena, de vir
um dia a ser chefe, com armas douradas, guarda de corpo e três mulheres.

Mas na sociedade do eu, que estimula a satisfação dos desejos e se esmera em multiplicá-los, na
sociedade midiática em que 15 minutos de fama são meta mais recomendável do que uma digna vida obscura,  L.25
na nossa sociedade que, após ter falsamente horizontalizado os bens e as marcas se volta agora para o luxo
mais desenfreado e exclusivo, o dinheiro pode ser considerado uma causa suficientemente nobre para fazerse
soldado.

O reinado de Bem-Te-Vi não durou nem dois anos. O de Soul, seu sucessor, durou apenas dois   L.30
dias. Ambos haviam acompanhado seu chefe, Lulu, e o haviam visto ser morto pela polícia.

Ambos sabiam que só teriam 15 minutos pela frente. Mas achavam que valia a pena. E nas favelas
deste país, que só fazem crescer, há cada vez mais jovens pensando dessa maneira.

(Marina Colasanti – Jornal do Brasil, Caderno B – 6 de novembro de 2005, com adaptações)
O título do texto sugere:

Texto associado.
PARA ISSO HAVIA VINDO DO CEARÁ

Bem-Te-Vi morreu há quase dois anos, mas, no momento mesmo em que foi morto, nem bem o
carregavam como um fardo, já ia rumo ao esquecimento. Reis são mortos e postos a toda hora na Rocinha.   
Naquele dia, ia vistoriar seus postos de comércio cercado por 12 seguranças, sua guarda pretoriana, mas não
sabia que, no caminho, policiais com 4 mil munições estocadas numa quitinete esperavam por ele. Ninguém
os havia visto entrar sorrateiros na cidadela, atravessando as vielas.   L.5

Para isso havia vindo do Ceará. Para parar diante da quitinete às duas e tantas da madrugada
daquele exato sábado, com seu cabelo pintado de vermelho, sua pistola Glock, seus 28 anos e a certeza de
ter vencido na vida.

Quem lhe pôs o apelido de Bem-Te-Vi não pensou no alçapão. E o apelido deve ter sido posto antes
dele virar bandido, porque bandido não tem apelido, tem codinome, e não ficaria bem a um bandido ser   L.10
chamado como passarinho. Pelo menos não ao bandido que se sabia o mais procurado pela polícia, e que
com seu celular se fotografou sorrindo, de peito nu, empunhando uma Uzi dourada. Àquele melhor caberia
chamar-se Gavião.

Erismar, como havia sido batizado no começo de tudo, quando ainda não era possível – ou era? –
prever sua trajetória, chegou no Rio aos 11 anos e aos 14 entrou para o tráfico. Os jovens que estão transformando  L.15
as periferias de Paris em campo de batalha, incendiando carros e destruindo escolas, devem ter
aproximadamente a mesma idade. Sim, é claro, os jovens franceses que a França abriga tão a contragosto,
vindos das antigas colônias ou filhos de emigrantes, estão defendendo a sua cidadania, o seu direito à
igualdade. Os jovens sempre descarregam em guerras o excesso de testosterona, e as causas nobres sempre
justificam a guerra.  L.20

Um traficante não luta por causas nobres. Um traficante quando distribui presentes à comunidade e
faz assistencialismo não é, à moda de Robin Hood, para redistribuir renda, mas para garantir conivência. Um
traficante é uma variante de mercenário, faz guerra pelo butim e pela possibilidade, ainda que pequena, de vir
um dia a ser chefe, com armas douradas, guarda de corpo e três mulheres.

Mas na sociedade do eu, que estimula a satisfação dos desejos e se esmera em multiplicá-los, na
sociedade midiática em que 15 minutos de fama são meta mais recomendável do que uma digna vida obscura,  L.25
na nossa sociedade que, após ter falsamente horizontalizado os bens e as marcas se volta agora para o luxo
mais desenfreado e exclusivo, o dinheiro pode ser considerado uma causa suficientemente nobre para fazerse
soldado.

O reinado de Bem-Te-Vi não durou nem dois anos. O de Soul, seu sucessor, durou apenas dois   L.30
dias. Ambos haviam acompanhado seu chefe, Lulu, e o haviam visto ser morto pela polícia.

Ambos sabiam que só teriam 15 minutos pela frente. Mas achavam que valia a pena. E nas favelas
deste país, que só fazem crescer, há cada vez mais jovens pensando dessa maneira.

(Marina Colasanti – Jornal do Brasil, Caderno B – 6 de novembro de 2005, com adaptações)
A afirmativa “Reis são mortos e postos a toda hora na Rocinha” (L.2) encontra exemplificação no segmento:

Texto associado.
PARA ISSO HAVIA VINDO DO CEARÁ

Bem-Te-Vi morreu há quase dois anos, mas, no momento mesmo em que foi morto, nem bem o
carregavam como um fardo, já ia rumo ao esquecimento. Reis são mortos e postos a toda hora na Rocinha.   
Naquele dia, ia vistoriar seus postos de comércio cercado por 12 seguranças, sua guarda pretoriana, mas não
sabia que, no caminho, policiais com 4 mil munições estocadas numa quitinete esperavam por ele. Ninguém
os havia visto entrar sorrateiros na cidadela, atravessando as vielas.   L.5

Para isso havia vindo do Ceará. Para parar diante da quitinete às duas e tantas da madrugada
daquele exato sábado, com seu cabelo pintado de vermelho, sua pistola Glock, seus 28 anos e a certeza de
ter vencido na vida.

Quem lhe pôs o apelido de Bem-Te-Vi não pensou no alçapão. E o apelido deve ter sido posto antes
dele virar bandido, porque bandido não tem apelido, tem codinome, e não ficaria bem a um bandido ser   L.10
chamado como passarinho. Pelo menos não ao bandido que se sabia o mais procurado pela polícia, e que
com seu celular se fotografou sorrindo, de peito nu, empunhando uma Uzi dourada. Àquele melhor caberia
chamar-se Gavião.

Erismar, como havia sido batizado no começo de tudo, quando ainda não era possível – ou era? –
prever sua trajetória, chegou no Rio aos 11 anos e aos 14 entrou para o tráfico. Os jovens que estão transformando  L.15
as periferias de Paris em campo de batalha, incendiando carros e destruindo escolas, devem ter
aproximadamente a mesma idade. Sim, é claro, os jovens franceses que a França abriga tão a contragosto,
vindos das antigas colônias ou filhos de emigrantes, estão defendendo a sua cidadania, o seu direito à
igualdade. Os jovens sempre descarregam em guerras o excesso de testosterona, e as causas nobres sempre
justificam a guerra.  L.20

Um traficante não luta por causas nobres. Um traficante quando distribui presentes à comunidade e
faz assistencialismo não é, à moda de Robin Hood, para redistribuir renda, mas para garantir conivência. Um
traficante é uma variante de mercenário, faz guerra pelo butim e pela possibilidade, ainda que pequena, de vir
um dia a ser chefe, com armas douradas, guarda de corpo e três mulheres.

Mas na sociedade do eu, que estimula a satisfação dos desejos e se esmera em multiplicá-los, na
sociedade midiática em que 15 minutos de fama são meta mais recomendável do que uma digna vida obscura,  L.25
na nossa sociedade que, após ter falsamente horizontalizado os bens e as marcas se volta agora para o luxo
mais desenfreado e exclusivo, o dinheiro pode ser considerado uma causa suficientemente nobre para fazerse
soldado.

O reinado de Bem-Te-Vi não durou nem dois anos. O de Soul, seu sucessor, durou apenas dois   L.30
dias. Ambos haviam acompanhado seu chefe, Lulu, e o haviam visto ser morto pela polícia.

Ambos sabiam que só teriam 15 minutos pela frente. Mas achavam que valia a pena. E nas favelas
deste país, que só fazem crescer, há cada vez mais jovens pensando dessa maneira.

(Marina Colasanti – Jornal do Brasil, Caderno B – 6 de novembro de 2005, com adaptações)
“Quem lhe pôs o apelido de Bem-Te-Vi não pensou no
alçapão” (L.9) – de acordo com o contexto, a palavra em
destaque remete ao segmento:

Texto associado.
PARA ISSO HAVIA VINDO DO CEARÁ

Bem-Te-Vi morreu há quase dois anos, mas, no momento mesmo em que foi morto, nem bem o
carregavam como um fardo, já ia rumo ao esquecimento. Reis são mortos e postos a toda hora na Rocinha.   
Naquele dia, ia vistoriar seus postos de comércio cercado por 12 seguranças, sua guarda pretoriana, mas não
sabia que, no caminho, policiais com 4 mil munições estocadas numa quitinete esperavam por ele. Ninguém
os havia visto entrar sorrateiros na cidadela, atravessando as vielas.   L.5

Para isso havia vindo do Ceará. Para parar diante da quitinete às duas e tantas da madrugada
daquele exato sábado, com seu cabelo pintado de vermelho, sua pistola Glock, seus 28 anos e a certeza de
ter vencido na vida.

Quem lhe pôs o apelido de Bem-Te-Vi não pensou no alçapão. E o apelido deve ter sido posto antes
dele virar bandido, porque bandido não tem apelido, tem codinome, e não ficaria bem a um bandido ser   L.10
chamado como passarinho. Pelo menos não ao bandido que se sabia o mais procurado pela polícia, e que
com seu celular se fotografou sorrindo, de peito nu, empunhando uma Uzi dourada. Àquele melhor caberia
chamar-se Gavião.

Erismar, como havia sido batizado no começo de tudo, quando ainda não era possível – ou era? –
prever sua trajetória, chegou no Rio aos 11 anos e aos 14 entrou para o tráfico. Os jovens que estão transformando  L.15
as periferias de Paris em campo de batalha, incendiando carros e destruindo escolas, devem ter
aproximadamente a mesma idade. Sim, é claro, os jovens franceses que a França abriga tão a contragosto,
vindos das antigas colônias ou filhos de emigrantes, estão defendendo a sua cidadania, o seu direito à
igualdade. Os jovens sempre descarregam em guerras o excesso de testosterona, e as causas nobres sempre
justificam a guerra.  L.20

Um traficante não luta por causas nobres. Um traficante quando distribui presentes à comunidade e
faz assistencialismo não é, à moda de Robin Hood, para redistribuir renda, mas para garantir conivência. Um
traficante é uma variante de mercenário, faz guerra pelo butim e pela possibilidade, ainda que pequena, de vir
um dia a ser chefe, com armas douradas, guarda de corpo e três mulheres.

Mas na sociedade do eu, que estimula a satisfação dos desejos e se esmera em multiplicá-los, na
sociedade midiática em que 15 minutos de fama são meta mais recomendável do que uma digna vida obscura,  L.25
na nossa sociedade que, após ter falsamente horizontalizado os bens e as marcas se volta agora para o luxo
mais desenfreado e exclusivo, o dinheiro pode ser considerado uma causa suficientemente nobre para fazerse
soldado.

O reinado de Bem-Te-Vi não durou nem dois anos. O de Soul, seu sucessor, durou apenas dois   L.30
dias. Ambos haviam acompanhado seu chefe, Lulu, e o haviam visto ser morto pela polícia.

Ambos sabiam que só teriam 15 minutos pela frente. Mas achavam que valia a pena. E nas favelas
deste país, que só fazem crescer, há cada vez mais jovens pensando dessa maneira.

(Marina Colasanti – Jornal do Brasil, Caderno B – 6 de novembro de 2005, com adaptações)
“Nem bem o carregavam como um fardo...” (L.1/2) –
neste segmento, utilizando o padrão formal da linguagem,
se o pronome o pudesse ser deslocado para depois do
verbo, resultaria:

Texto associado.
PARA ISSO HAVIA VINDO DO CEARÁ

Bem-Te-Vi morreu há quase dois anos, mas, no momento mesmo em que foi morto, nem bem o
carregavam como um fardo, já ia rumo ao esquecimento. Reis são mortos e postos a toda hora na Rocinha.   
Naquele dia, ia vistoriar seus postos de comércio cercado por 12 seguranças, sua guarda pretoriana, mas não
sabia que, no caminho, policiais com 4 mil munições estocadas numa quitinete esperavam por ele. Ninguém
os havia visto entrar sorrateiros na cidadela, atravessando as vielas.   L.5

Para isso havia vindo do Ceará. Para parar diante da quitinete às duas e tantas da madrugada
daquele exato sábado, com seu cabelo pintado de vermelho, sua pistola Glock, seus 28 anos e a certeza de
ter vencido na vida.

Quem lhe pôs o apelido de Bem-Te-Vi não pensou no alçapão. E o apelido deve ter sido posto antes
dele virar bandido, porque bandido não tem apelido, tem codinome, e não ficaria bem a um bandido ser   L.10
chamado como passarinho. Pelo menos não ao bandido que se sabia o mais procurado pela polícia, e que
com seu celular se fotografou sorrindo, de peito nu, empunhando uma Uzi dourada. Àquele melhor caberia
chamar-se Gavião.

Erismar, como havia sido batizado no começo de tudo, quando ainda não era possível – ou era? –
prever sua trajetória, chegou no Rio aos 11 anos e aos 14 entrou para o tráfico. Os jovens que estão transformando  L.15
as periferias de Paris em campo de batalha, incendiando carros e destruindo escolas, devem ter
aproximadamente a mesma idade. Sim, é claro, os jovens franceses que a França abriga tão a contragosto,
vindos das antigas colônias ou filhos de emigrantes, estão defendendo a sua cidadania, o seu direito à
igualdade. Os jovens sempre descarregam em guerras o excesso de testosterona, e as causas nobres sempre
justificam a guerra.  L.20

Um traficante não luta por causas nobres. Um traficante quando distribui presentes à comunidade e
faz assistencialismo não é, à moda de Robin Hood, para redistribuir renda, mas para garantir conivência. Um
traficante é uma variante de mercenário, faz guerra pelo butim e pela possibilidade, ainda que pequena, de vir
um dia a ser chefe, com armas douradas, guarda de corpo e três mulheres.

Mas na sociedade do eu, que estimula a satisfação dos desejos e se esmera em multiplicá-los, na
sociedade midiática em que 15 minutos de fama são meta mais recomendável do que uma digna vida obscura,  L.25
na nossa sociedade que, após ter falsamente horizontalizado os bens e as marcas se volta agora para o luxo
mais desenfreado e exclusivo, o dinheiro pode ser considerado uma causa suficientemente nobre para fazerse
soldado.

O reinado de Bem-Te-Vi não durou nem dois anos. O de Soul, seu sucessor, durou apenas dois   L.30
dias. Ambos haviam acompanhado seu chefe, Lulu, e o haviam visto ser morto pela polícia.

Ambos sabiam que só teriam 15 minutos pela frente. Mas achavam que valia a pena. E nas favelas
deste país, que só fazem crescer, há cada vez mais jovens pensando dessa maneira.

(Marina Colasanti – Jornal do Brasil, Caderno B – 6 de novembro de 2005, com adaptações)
“Para isso havia vindo do Ceará” – o verbo principal dessa frase é encontrado também no segmento:

Texto associado.
PARA ISSO HAVIA VINDO DO CEARÁ

Bem-Te-Vi morreu há quase dois anos, mas, no momento mesmo em que foi morto, nem bem o
carregavam como um fardo, já ia rumo ao esquecimento. Reis são mortos e postos a toda hora na Rocinha.   
Naquele dia, ia vistoriar seus postos de comércio cercado por 12 seguranças, sua guarda pretoriana, mas não
sabia que, no caminho, policiais com 4 mil munições estocadas numa quitinete esperavam por ele. Ninguém
os havia visto entrar sorrateiros na cidadela, atravessando as vielas.   L.5

Para isso havia vindo do Ceará. Para parar diante da quitinete às duas e tantas da madrugada
daquele exato sábado, com seu cabelo pintado de vermelho, sua pistola Glock, seus 28 anos e a certeza de
ter vencido na vida.

Quem lhe pôs o apelido de Bem-Te-Vi não pensou no alçapão. E o apelido deve ter sido posto antes
dele virar bandido, porque bandido não tem apelido, tem codinome, e não ficaria bem a um bandido ser   L.10
chamado como passarinho. Pelo menos não ao bandido que se sabia o mais procurado pela polícia, e que
com seu celular se fotografou sorrindo, de peito nu, empunhando uma Uzi dourada. Àquele melhor caberia
chamar-se Gavião.

Erismar, como havia sido batizado no começo de tudo, quando ainda não era possível – ou era? –
prever sua trajetória, chegou no Rio aos 11 anos e aos 14 entrou para o tráfico. Os jovens que estão transformando  L.15
as periferias de Paris em campo de batalha, incendiando carros e destruindo escolas, devem ter
aproximadamente a mesma idade. Sim, é claro, os jovens franceses que a França abriga tão a contragosto,
vindos das antigas colônias ou filhos de emigrantes, estão defendendo a sua cidadania, o seu direito à
igualdade. Os jovens sempre descarregam em guerras o excesso de testosterona, e as causas nobres sempre
justificam a guerra.  L.20

Um traficante não luta por causas nobres. Um traficante quando distribui presentes à comunidade e
faz assistencialismo não é, à moda de Robin Hood, para redistribuir renda, mas para garantir conivência. Um
traficante é uma variante de mercenário, faz guerra pelo butim e pela possibilidade, ainda que pequena, de vir
um dia a ser chefe, com armas douradas, guarda de corpo e três mulheres.

Mas na sociedade do eu, que estimula a satisfação dos desejos e se esmera em multiplicá-los, na
sociedade midiática em que 15 minutos de fama são meta mais recomendável do que uma digna vida obscura,  L.25
na nossa sociedade que, após ter falsamente horizontalizado os bens e as marcas se volta agora para o luxo
mais desenfreado e exclusivo, o dinheiro pode ser considerado uma causa suficientemente nobre para fazerse
soldado.

O reinado de Bem-Te-Vi não durou nem dois anos. O de Soul, seu sucessor, durou apenas dois   L.30
dias. Ambos haviam acompanhado seu chefe, Lulu, e o haviam visto ser morto pela polícia.

Ambos sabiam que só teriam 15 minutos pela frente. Mas achavam que valia a pena. E nas favelas
deste país, que só fazem crescer, há cada vez mais jovens pensando dessa maneira.

(Marina Colasanti – Jornal do Brasil, Caderno B – 6 de novembro de 2005, com adaptações)
“...após ter falsamente horizontalizado os bens e as
marcas
... “ (L.27) – a expressão em destaque pode ser
substituída, sem prejuízo de sentido, pela expressão presente
em:

Texto associado.
PARA ISSO HAVIA VINDO DO CEARÁ

Bem-Te-Vi morreu há quase dois anos, mas, no momento mesmo em que foi morto, nem bem o
carregavam como um fardo, já ia rumo ao esquecimento. Reis são mortos e postos a toda hora na Rocinha.   
Naquele dia, ia vistoriar seus postos de comércio cercado por 12 seguranças, sua guarda pretoriana, mas não
sabia que, no caminho, policiais com 4 mil munições estocadas numa quitinete esperavam por ele. Ninguém
os havia visto entrar sorrateiros na cidadela, atravessando as vielas.   L.5

Para isso havia vindo do Ceará. Para parar diante da quitinete às duas e tantas da madrugada
daquele exato sábado, com seu cabelo pintado de vermelho, sua pistola Glock, seus 28 anos e a certeza de
ter vencido na vida.

Quem lhe pôs o apelido de Bem-Te-Vi não pensou no alçapão. E o apelido deve ter sido posto antes
dele virar bandido, porque bandido não tem apelido, tem codinome, e não ficaria bem a um bandido ser   L.10
chamado como passarinho. Pelo menos não ao bandido que se sabia o mais procurado pela polícia, e que
com seu celular se fotografou sorrindo, de peito nu, empunhando uma Uzi dourada. Àquele melhor caberia
chamar-se Gavião.

Erismar, como havia sido batizado no começo de tudo, quando ainda não era possível – ou era? –
prever sua trajetória, chegou no Rio aos 11 anos e aos 14 entrou para o tráfico. Os jovens que estão transformando  L.15
as periferias de Paris em campo de batalha, incendiando carros e destruindo escolas, devem ter
aproximadamente a mesma idade. Sim, é claro, os jovens franceses que a França abriga tão a contragosto,
vindos das antigas colônias ou filhos de emigrantes, estão defendendo a sua cidadania, o seu direito à
igualdade. Os jovens sempre descarregam em guerras o excesso de testosterona, e as causas nobres sempre
justificam a guerra.  L.20

Um traficante não luta por causas nobres. Um traficante quando distribui presentes à comunidade e
faz assistencialismo não é, à moda de Robin Hood, para redistribuir renda, mas para garantir conivência. Um
traficante é uma variante de mercenário, faz guerra pelo butim e pela possibilidade, ainda que pequena, de vir
um dia a ser chefe, com armas douradas, guarda de corpo e três mulheres.

Mas na sociedade do eu, que estimula a satisfação dos desejos e se esmera em multiplicá-los, na
sociedade midiática em que 15 minutos de fama são meta mais recomendável do que uma digna vida obscura,  L.25
na nossa sociedade que, após ter falsamente horizontalizado os bens e as marcas se volta agora para o luxo
mais desenfreado e exclusivo, o dinheiro pode ser considerado uma causa suficientemente nobre para fazerse
soldado.

O reinado de Bem-Te-Vi não durou nem dois anos. O de Soul, seu sucessor, durou apenas dois   L.30
dias. Ambos haviam acompanhado seu chefe, Lulu, e o haviam visto ser morto pela polícia.

Ambos sabiam que só teriam 15 minutos pela frente. Mas achavam que valia a pena. E nas favelas
deste país, que só fazem crescer, há cada vez mais jovens pensando dessa maneira.

(Marina Colasanti – Jornal do Brasil, Caderno B – 6 de novembro de 2005, com adaptações)
O segmento “...15 minutos de fama são meta mais recomendável
do que uma digna vida obscura...” (L.26) pode ser
reescrito corretamente, substituindo-se a expressão sublinhada
por “preferível”, fazendo-se as devidas alterações, por:

Texto associado.
PARA ISSO HAVIA VINDO DO CEARÁ

Bem-Te-Vi morreu há quase dois anos, mas, no momento mesmo em que foi morto, nem bem o
carregavam como um fardo, já ia rumo ao esquecimento. Reis são mortos e postos a toda hora na Rocinha.   
Naquele dia, ia vistoriar seus postos de comércio cercado por 12 seguranças, sua guarda pretoriana, mas não
sabia que, no caminho, policiais com 4 mil munições estocadas numa quitinete esperavam por ele. Ninguém
os havia visto entrar sorrateiros na cidadela, atravessando as vielas.   L.5

Para isso havia vindo do Ceará. Para parar diante da quitinete às duas e tantas da madrugada
daquele exato sábado, com seu cabelo pintado de vermelho, sua pistola Glock, seus 28 anos e a certeza de
ter vencido na vida.

Quem lhe pôs o apelido de Bem-Te-Vi não pensou no alçapão. E o apelido deve ter sido posto antes
dele virar bandido, porque bandido não tem apelido, tem codinome, e não ficaria bem a um bandido ser   L.10
chamado como passarinho. Pelo menos não ao bandido que se sabia o mais procurado pela polícia, e que
com seu celular se fotografou sorrindo, de peito nu, empunhando uma Uzi dourada. Àquele melhor caberia
chamar-se Gavião.

Erismar, como havia sido batizado no começo de tudo, quando ainda não era possível – ou era? –
prever sua trajetória, chegou no Rio aos 11 anos e aos 14 entrou para o tráfico. Os jovens que estão transformando  L.15
as periferias de Paris em campo de batalha, incendiando carros e destruindo escolas, devem ter
aproximadamente a mesma idade. Sim, é claro, os jovens franceses que a França abriga tão a contragosto,
vindos das antigas colônias ou filhos de emigrantes, estão defendendo a sua cidadania, o seu direito à
igualdade. Os jovens sempre descarregam em guerras o excesso de testosterona, e as causas nobres sempre
justificam a guerra.  L.20

Um traficante não luta por causas nobres. Um traficante quando distribui presentes à comunidade e
faz assistencialismo não é, à moda de Robin Hood, para redistribuir renda, mas para garantir conivência. Um
traficante é uma variante de mercenário, faz guerra pelo butim e pela possibilidade, ainda que pequena, de vir
um dia a ser chefe, com armas douradas, guarda de corpo e três mulheres.

Mas na sociedade do eu, que estimula a satisfação dos desejos e se esmera em multiplicá-los, na
sociedade midiática em que 15 minutos de fama são meta mais recomendável do que uma digna vida obscura,  L.25
na nossa sociedade que, após ter falsamente horizontalizado os bens e as marcas se volta agora para o luxo
mais desenfreado e exclusivo, o dinheiro pode ser considerado uma causa suficientemente nobre para fazerse
soldado.

O reinado de Bem-Te-Vi não durou nem dois anos. O de Soul, seu sucessor, durou apenas dois   L.30
dias. Ambos haviam acompanhado seu chefe, Lulu, e o haviam visto ser morto pela polícia.

Ambos sabiam que só teriam 15 minutos pela frente. Mas achavam que valia a pena. E nas favelas
deste país, que só fazem crescer, há cada vez mais jovens pensando dessa maneira.

(Marina Colasanti – Jornal do Brasil, Caderno B – 6 de novembro de 2005, com adaptações)
“...às duas e tantas da madrugada...” – a frase correta
quanto à necessidade de uso do sinal indicativo de crase é:

Texto associado.
PARA ISSO HAVIA VINDO DO CEARÁ

Bem-Te-Vi morreu há quase dois anos, mas, no momento mesmo em que foi morto, nem bem o
carregavam como um fardo, já ia rumo ao esquecimento. Reis são mortos e postos a toda hora na Rocinha.   
Naquele dia, ia vistoriar seus postos de comércio cercado por 12 seguranças, sua guarda pretoriana, mas não
sabia que, no caminho, policiais com 4 mil munições estocadas numa quitinete esperavam por ele. Ninguém
os havia visto entrar sorrateiros na cidadela, atravessando as vielas.   L.5

Para isso havia vindo do Ceará. Para parar diante da quitinete às duas e tantas da madrugada
daquele exato sábado, com seu cabelo pintado de vermelho, sua pistola Glock, seus 28 anos e a certeza de
ter vencido na vida.

Quem lhe pôs o apelido de Bem-Te-Vi não pensou no alçapão. E o apelido deve ter sido posto antes
dele virar bandido, porque bandido não tem apelido, tem codinome, e não ficaria bem a um bandido ser   L.10
chamado como passarinho. Pelo menos não ao bandido que se sabia o mais procurado pela polícia, e que
com seu celular se fotografou sorrindo, de peito nu, empunhando uma Uzi dourada. Àquele melhor caberia
chamar-se Gavião.

Erismar, como havia sido batizado no começo de tudo, quando ainda não era possível – ou era? –
prever sua trajetória, chegou no Rio aos 11 anos e aos 14 entrou para o tráfico. Os jovens que estão transformando  L.15
as periferias de Paris em campo de batalha, incendiando carros e destruindo escolas, devem ter
aproximadamente a mesma idade. Sim, é claro, os jovens franceses que a França abriga tão a contragosto,
vindos das antigas colônias ou filhos de emigrantes, estão defendendo a sua cidadania, o seu direito à
igualdade. Os jovens sempre descarregam em guerras o excesso de testosterona, e as causas nobres sempre
justificam a guerra.  L.20

Um traficante não luta por causas nobres. Um traficante quando distribui presentes à comunidade e
faz assistencialismo não é, à moda de Robin Hood, para redistribuir renda, mas para garantir conivência. Um
traficante é uma variante de mercenário, faz guerra pelo butim e pela possibilidade, ainda que pequena, de vir
um dia a ser chefe, com armas douradas, guarda de corpo e três mulheres.

Mas na sociedade do eu, que estimula a satisfação dos desejos e se esmera em multiplicá-los, na
sociedade midiática em que 15 minutos de fama são meta mais recomendável do que uma digna vida obscura,  L.25
na nossa sociedade que, após ter falsamente horizontalizado os bens e as marcas se volta agora para o luxo
mais desenfreado e exclusivo, o dinheiro pode ser considerado uma causa suficientemente nobre para fazerse
soldado.

O reinado de Bem-Te-Vi não durou nem dois anos. O de Soul, seu sucessor, durou apenas dois   L.30
dias. Ambos haviam acompanhado seu chefe, Lulu, e o haviam visto ser morto pela polícia.

Ambos sabiam que só teriam 15 minutos pela frente. Mas achavam que valia a pena. E nas favelas
deste país, que só fazem crescer, há cada vez mais jovens pensando dessa maneira.

(Marina Colasanti – Jornal do Brasil, Caderno B – 6 de novembro de 2005, com adaptações)
“...se sabia o mais procurado pela polícia...” (L.11) – o
adjetivo em destaque encontra-se no grau:

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Por Alexandre Barboza em 23/11/2012 11:34:55
Apesar de ter errado duas (6 e 7), logo as que eu fiquei na dúvida entre a resposta correta e uma que eu imagina que também poderia estar correta, mas no geral achei muito fácil!
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Por Cristiano Silveira em 26/12/2012 16:51:20
Complicada! Questões que demandam muita atenção!
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Por IANA MARA DE CARAVALHO SILVA em 03/02/2013 12:43:36
Alguém explica a 5. :)
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Por Eder Elias em 02/04/2013 17:41:30
Muito puxada. Espero que não seja assim na minha prova.
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Por Carlos Alberto em 10/04/2013 15:27:10
Você acertou 7 questões de um total de 9.
O seu aproveitamento foi de 78%
O seu desempenho foi avaliado como Bom
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Por Leonardo Dos Santos Geronimo em 23/05/2013 16:23:54
acertei 7..bem puxado
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Por Sandro de Souza Oliveira em 23/06/2013 23:44:00
ótimo simulado, errei 3 por falta de atenção!!!


Você acertou 6 de 9 questões. Aproveitamento de 67%
O seu desempenho foi avaliado como Bom.

Foto de perfil vazia
Por mayra aparecida gonçalves silva em 17/10/2014 09:32:04
errei a 1ª, bem elaborada.
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Por eduardo cesar da silva em 21/10/2014 18:06:08
apesar de gabaritar, foi sem dúvida um dos mais difíceis que já resolvi.
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Por Bruna vitorino em 12/01/2015 21:25:57
gabaritado,muiiitoooo feliz! isso mostra o quanto minha dedicação está valendo a pena.
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Por Magna Pereira da Silva em 25/08/2017 11:22:48
Amo esse site me ajuda mto ok.. obrigada

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