As questões de números 1 a 10 baseiam-se no texto apresentado abaixo.
A história mostra que o emprego aumenta quando a produtividade se eleva. Por outro lado, uma empresa que perde produtividade deixa de competir, destruindo empregos. O impacto das inovações sobre o nível de emprego depende também, e muito, da educação. De um modo geral, as novas tecnologias demandam trabalhadores mais qualificados. Mesmo quando o trabalhador perde o emprego, a educação facilita a conquista e a readaptação em um novo posto de trabalho. No Brasil, a força de trabalho tem, em média, 4,5 anos de escolaridade. Isso é insuficiente para a absorção e bom uso das novas tecnologias. O país deu grandes passos no campo quantitativo e hoje 97% das crianças em idade escolar estão matriculadas. Mas, se o sucesso no uso de novas tecnologias está relacionado diretamente com o número de anos que o trabalhador passa na escola, ele depende também da qualidade da educação recebida. Em face da precariedade do ensino, as empresas investem no treinamento de seus funcionários. Mas, normalmente, são selecionados os candidatos a emprego que já têm uma boa educação (de nível médio ou superior), o que aumenta a desigualdade entre quem pôde freqüentar uma boa escola e quem não pôde. Em suma, para se avaliar o impacto da modernização tecnológica não basta registrar a destruição de emprego que geralmente ocorre nos locais onde se adotam novos métodos. É preciso examinar os seus vários efeitos na redução de preços, melhoria de produtividade, expansão da demanda, aumento de investimentos e geração de novos empregos. No mundo atual, não há a menor possibilidade de as empresas competirem e gerarem empregos sem incorporar os avanços tecnológicos. No Brasil, o que mais falta, no momento, é uma educação de boa qualidade.
(Adaptado de O Estado de S.Paulo,dez/2001)