Os colonos que emigram, recebendo dinheiro adiantado, tornam-se, pois, desde o começo, uma simples propriedade de Vergueiro & Cia. E em virtude do espírito de ganância, para não dizer mais, que anima numerosos senhores de escravos, e também da ausência de direitos em que costuma viver esses colonos, na Província de São Paulo, só lhes resta conformarem-se com a ideia de que são tratados como simples mercadorias ou como escravos.
(Thomaz Davatz. Memória de um colono no Brasil (1850). Trad. São Paulo: Martins, 1941. p. 72)
A experiência que o texto descreve permite afirmar que
a) os colonos poderiam abandonar a fazenda sem prévia notificação ao fazendeiro e retornar aos países de origem, às custas do Estado.
b) metade do lucro bruto obtido com a venda do café pertencia ao proprietário e a outra metade ao governo provincial, para saldar as despesas de viagem.
c) as fazendas que adotaram o sistema de parceria eliminaram integralmente o trabalho escravo, pois seus proprietários defendiam a abolição.
d) as despesas com a viagem, o transporte até as fazendas e a manutenção dos trabalhadores eram de responsabilidade do governo central.
e) os imigrantes, apesar de terem assegurados locais para o plantio de mantimentos, passaram por grandes dificuldades de sobrevivência na Província de São Paulo.