A partir da reflexão sobre sua prática educacional no magistério universitário e de questões relativas ao processo educacional nesse nível de ensino, Cipriano Carlos Luckesi, in Candau 1996 (“A didática em questão”), define “o educador como um sujeito que, conjuntamente, com outros sujeitos, constrói em seu agir, um projeto histórico de desenvolvimento do povo, que se traduz e se executa em um projeto pedagógico”. Prosseguindo sua análise, ele explica que formar o educador “seria criar condições para que o sujeito se prepare filosófica, científica, técnica e afetivamente para o tipo de ação que vai exercer”. Considerando-se a concepção progressista de educação e levando-se em conta as ideias do autor, o educador, em sua ação e formação, necessita, especialmente, de
a) realizar uma ação pedagógica pautada pela neutralidade para possibilitar o desenvolvimento de um plano de ação racional e consciente que permita o processo de crescimento e desenvolvimento das pessoas como sujeitos do processo histórico.
b) fazer, algumas vezes, o jogo do sistema e até desenvolver, quando necessário, uma prática burocratizada para que, desse modo, possa atender ao projeto histórico vigente e, assim, realizar o projeto pedagógico que planejou e almeja realizar.
c) desenvolver uma atitude dialeticamente crítica, sobre o mundo e sobre sua prática educacional, além das aprendizagens cognitivas sobre os diversos campos de conhecimento que o auxiliam no desempenho de seu papel.
d) desenvolver-se ao longo da vida profissional, meditando sobre sua prática de modo a avançar até estar pronto e atingir a maturidade completa, que deverá ser conservada mediante estudos teóricos, enriquecidos com a contribuição da tecnologia.
e) transmitir ao educando conteúdos, com rigor científico e pedagógico, para que ele, uma vez graduado, atue sobre o mundo e aplique esses conhecimentos, promovendo o progresso tecnológico e econômico.