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Questões de Concurso: Autarquia Municipal de Turismo Gramadotur RS

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A alternativa que apresenta uma sentença aberta é:
🧠 Mapa Mental
Texto associado.
Instrução: As questões de números 01 a 10 referem-se ao texto abaixo.
“Natal na Barca”, de Lygia Fagundes Telles
01 Depois de pensar em livros para ler nos dias de sol, “inundados de sol”, do verão, comecei
02 a pensar em livros de Natal. Não em livros para dar de presente no Natal — quase todos servem
03 para isso —, mas em livros em que o Natal apareça, ainda que só nos fundos, ou que se passem
04 em dezembro. Há os clássicos natalinos, como Um conto de Natal, de Charles Dickens, e "O
05 presente dos magos", aquele conto tristíssimo de O. Henry em que um casal paupérrimo se
06 sacrifica para comprar um presente de Natal um para o outro. Lembrei-me também de O
07 apanhador no campo de centeio, que se passa todo poucos dias antes do Natal; e de Madame
08 Bovary, porque Emma e Charles casam perto do Natal, quando a província francesa fica branca de
09 neve. Pois é, todos esses são livros sobre o Natal nevado... E o chuvoso e abafado Natal dos
10 trópicos, cadê? Vieram-me ___ memória dois contos de Lygia Fagundes Telles que li na escola:
11 “Natal na barca” e “Dezembro no bairro”. Não me lembrava dos enredos, mas presumi que
12  "Dezembro no bairro" era um conto natalino porque tudo em dezembro tem a ver com Natal.
13 Lembrei-me dos contos porque, outro dia, passei um tempo considerável namorando a
14 caprichosa antologia de Lygia que a Companhia das Letras acaba de publicar: Os contos. O livro
15 ainda traz algumas fotos de Lygia, sem dúvida uma das escritoras mais bonitas que a literatura já
16 conheceu: Lygia sorrindo, Lygia lendo, Lygia de perfil, Lygia com Hilda Hilst, Lygia encarando a
17 câmera. Numa das fotos, Lygia aparece caminhando num lugar bucólico ao lado de seu marido, o
18 crítico de cinema Paulo Emílio Salles Gomes. Lygia encara ___ câmera; Paulo Emílio olha para ela
19 e parece sorrir. Na internet há mais fotos dos dois juntos. Lygia e Paulo Emílio no túmulo de Marx.
20 Ela sorri para a câmera; ele sorri para ela. Em outra foto, Lygia descansa a cabeça no ombro de
21 Paulo Emílio e olha para a câmera. Paulo Emílio olha para ela. E sorri, meio bobo. Enfim, vamos
22 aos contos.... Afinal este pretende ser um texto sobre contos de Natal e não sobre a beleza
23 hipnótica de Lygia Fagundes Telles.
24 “Natal na barca” é narrado por uma mulher. Decerto uma mulher elegante, como Lygia. A
25 narradora fuma (o conto é de 1958) e carrega uma pasta (de advogada?). No posfácio de Os
26 contos, a crítica literária Walnice Nogueira Galvão afirma que “ler Lygia Fagundes Telles sem
27 visualizar uma mulher é difícil” e arrisca até uma descrição dessa narradora de “Natal na barca”:
28 "Uma persona discreta, reticente e reservada, semelhante ___quela que escreve. Com o corte
29 pajem, adequado a seu cabelo liso, sem enfeites nem artifícios, blazers de linha clássica, camisas
30 claras, saias de cor cinza. Essa é a narradora que visualizamos ao ler sua ficção". No conto, a
31 narradora elegante faz uma viagem de barca, na noite de Natal, na companhia de um bêbado e
32 de uma professora pobre com um filho doente nos braços (uma imagem da Virgem Maria com seu
33 bebê divino?).
34 A narradora não quer falar com ninguém, não quer envolver-se nos "tais laços humanos",
35 mas acaba conversando com a jovem mãe, que precisa levar seu filho ao médico. A mãe conta
36 que, um ano antes, perdera seu filho mais velho, de 4 anos, e fora abandonada pelo marido, mas
37 matinha a fé: "Deus nunca me abandonou". A fé da mãe pobre desconcerta a narradora
38 requintada, que talvez depositasse sua confiança na solidez de pastas elegantes e cigarros. Ao se
39 aproximar para ver o bebê, ela o percebe imóvel e é tomada pela certeza desesperadora de que
40 estava morto e a mãe percebera. Será que sua fé simples a salvaria agora? O conto termina meio
41 ambíguo. Outra vez, o leitor (e a narradora) não sabe direito o que aconteceu. Um milagre de
42 Natal, talvez?
43 Além do Natal, esse conto apresenta o suspense, a ambiguidade. O leitor termina sem
44 saber direito o que aconteceu. Acontece mesmo um milagre em "Natal na barca" ou a narradora
45  elegante só se confundiu? O leitor chega ao fim do conto sem saber direito como chegou lá.
46 Parece que faltou alguma informação, que ele perdeu alguma coisa, que não reparou no que
47 acontecia nos fundos do conto, nas entrelinhas. A narrativa elegante e furtiva de Lygia hipnotiza o
48 leitor, prende-lhe ___ atenção com os detalhes, afasta as perguntas curiosas e o conduz até uma
49 conclusão inconclusiva, que perturba e faz pensar. "Quando foi que a narrativa tomou o rumo que
50 tomou? Será que eu me distraí?", pensa o leitor. Talvez aí ele entenda por que Paulo Emílio não
51 conseguia tirar seus olhos sorridentes de Lygia.
(Ruan de Sousa Gabriel. 12/12/2018. Disponível em https://epoca.globo.com. Adaptado)
Assinale a alternativa que classifica corretamente a função sintática exercida pelo termo sublinhado no trecho, retirado do texto, “é tomada pela certeza desesperadora de que estava morto e a mãe percebera”.
🧠 Mapa Mental
Texto associado.
Instrução: As questões de números 01 a 10 referem-se ao texto abaixo.
“Natal na Barca”, de Lygia Fagundes Telles
01 Depois de pensar em livros para ler nos dias de sol, “inundados de sol”, do verão, comecei
02 a pensar em livros de Natal. Não em livros para dar de presente no Natal — quase todos servem
03 para isso —, mas em livros em que o Natal apareça, ainda que só nos fundos, ou que se passem
04 em dezembro. Há os clássicos natalinos, como Um conto de Natal, de Charles Dickens, e "O
05 presente dos magos", aquele conto tristíssimo de O. Henry em que um casal paupérrimo se
06 sacrifica para comprar um presente de Natal um para o outro. Lembrei-me também de O
07 apanhador no campo de centeio, que se passa todo poucos dias antes do Natal; e de Madame
08 Bovary, porque Emma e Charles casam perto do Natal, quando a província francesa fica branca de
09 neve. Pois é, todos esses são livros sobre o Natal nevado... E o chuvoso e abafado Natal dos
10 trópicos, cadê? Vieram-me ___ memória dois contos de Lygia Fagundes Telles que li na escola:
11 “Natal na barca” e “Dezembro no bairro”. Não me lembrava dos enredos, mas presumi que
12  "Dezembro no bairro" era um conto natalino porque tudo em dezembro tem a ver com Natal.
13 Lembrei-me dos contos porque, outro dia, passei um tempo considerável namorando a
14 caprichosa antologia de Lygia que a Companhia das Letras acaba de publicar: Os contos. O livro
15 ainda traz algumas fotos de Lygia, sem dúvida uma das escritoras mais bonitas que a literatura já
16 conheceu: Lygia sorrindo, Lygia lendo, Lygia de perfil, Lygia com Hilda Hilst, Lygia encarando a
17 câmera. Numa das fotos, Lygia aparece caminhando num lugar bucólico ao lado de seu marido, o
18 crítico de cinema Paulo Emílio Salles Gomes. Lygia encara ___ câmera; Paulo Emílio olha para ela
19 e parece sorrir. Na internet há mais fotos dos dois juntos. Lygia e Paulo Emílio no túmulo de Marx.
20 Ela sorri para a câmera; ele sorri para ela. Em outra foto, Lygia descansa a cabeça no ombro de
21 Paulo Emílio e olha para a câmera. Paulo Emílio olha para ela. E sorri, meio bobo. Enfim, vamos
22 aos contos.... Afinal este pretende ser um texto sobre contos de Natal e não sobre a beleza
23 hipnótica de Lygia Fagundes Telles.
24 “Natal na barca” é narrado por uma mulher. Decerto uma mulher elegante, como Lygia. A
25 narradora fuma (o conto é de 1958) e carrega uma pasta (de advogada?). No posfácio de Os
26 contos, a crítica literária Walnice Nogueira Galvão afirma que “ler Lygia Fagundes Telles sem
27 visualizar uma mulher é difícil” e arrisca até uma descrição dessa narradora de “Natal na barca”:
28 "Uma persona discreta, reticente e reservada, semelhante ___quela que escreve. Com o corte
29 pajem, adequado a seu cabelo liso, sem enfeites nem artifícios, blazers de linha clássica, camisas
30 claras, saias de cor cinza. Essa é a narradora que visualizamos ao ler sua ficção". No conto, a
31 narradora elegante faz uma viagem de barca, na noite de Natal, na companhia de um bêbado e
32 de uma professora pobre com um filho doente nos braços (uma imagem da Virgem Maria com seu
33 bebê divino?).
34 A narradora não quer falar com ninguém, não quer envolver-se nos "tais laços humanos",
35 mas acaba conversando com a jovem mãe, que precisa levar seu filho ao médico. A mãe conta
36 que, um ano antes, perdera seu filho mais velho, de 4 anos, e fora abandonada pelo marido, mas
37 matinha a fé: "Deus nunca me abandonou". A fé da mãe pobre desconcerta a narradora
38 requintada, que talvez depositasse sua confiança na solidez de pastas elegantes e cigarros. Ao se
39 aproximar para ver o bebê, ela o percebe imóvel e é tomada pela certeza desesperadora de que
40 estava morto e a mãe percebera. Será que sua fé simples a salvaria agora? O conto termina meio
41 ambíguo. Outra vez, o leitor (e a narradora) não sabe direito o que aconteceu. Um milagre de
42 Natal, talvez?
43 Além do Natal, esse conto apresenta o suspense, a ambiguidade. O leitor termina sem
44 saber direito o que aconteceu. Acontece mesmo um milagre em "Natal na barca" ou a narradora
45  elegante só se confundiu? O leitor chega ao fim do conto sem saber direito como chegou lá.
46 Parece que faltou alguma informação, que ele perdeu alguma coisa, que não reparou no que
47 acontecia nos fundos do conto, nas entrelinhas. A narrativa elegante e furtiva de Lygia hipnotiza o
48 leitor, prende-lhe ___ atenção com os detalhes, afasta as perguntas curiosas e o conduz até uma
49 conclusão inconclusiva, que perturba e faz pensar. "Quando foi que a narrativa tomou o rumo que
50 tomou? Será que eu me distraí?", pensa o leitor. Talvez aí ele entenda por que Paulo Emílio não
51 conseguia tirar seus olhos sorridentes de Lygia.
(Ruan de Sousa Gabriel. 12/12/2018. Disponível em https://epoca.globo.com. Adaptado)
Na linha 50, temos o emprego da expressão “por que”. Assinale a alternativa que apresenta a mesma situação de ocorrência e a mesma estrutura sintática do trecho indicado.
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De acordo com o Código de Processo Civil, quanto aos conciliadores e mediadores, analise as seguintes assertivas: 
I. A confidencialidade estende-se a todas as informações produzidas no curso do procedimento, cujo teor não poderá ser utilizado para fim diverso daquele previsto por expressa deliberação das partes. 
II. O mediador, que atuará nos casos em que houver vínculo anterior entre as partes, auxiliará aos interessados a compreender as questões e os interesses em conflito, de modo que eles possam, pelo restabelecimento da comunicação, identificar, por si próprios, soluções consensuais que gerem benefícios mútuos. 
III. Em razão do dever de sigilo, inerente às suas funções, o conciliador e o mediador, assim como os membros de suas equipes, não poderão divulgar ou depor acerca de fatos ou elementos oriundos da conciliação ou da mediação. 
Quais estão corretas?
🧠 Mapa Mental
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Instrução: As questões de números 01 a 10 referem-se ao texto abaixo.
“Natal na Barca”, de Lygia Fagundes Telles
01 Depois de pensar em livros para ler nos dias de sol, “inundados de sol”, do verão, comecei
02 a pensar em livros de Natal. Não em livros para dar de presente no Natal — quase todos servem
03 para isso —, mas em livros em que o Natal apareça, ainda que só nos fundos, ou que se passem
04 em dezembro. Há os clássicos natalinos, como Um conto de Natal, de Charles Dickens, e "O
05 presente dos magos", aquele conto tristíssimo de O. Henry em que um casal paupérrimo se
06 sacrifica para comprar um presente de Natal um para o outro. Lembrei-me também de O
07 apanhador no campo de centeio, que se passa todo poucos dias antes do Natal; e de Madame
08 Bovary, porque Emma e Charles casam perto do Natal, quando a província francesa fica branca de
09 neve. Pois é, todos esses são livros sobre o Natal nevado... E o chuvoso e abafado Natal dos
10 trópicos, cadê? Vieram-me ___ memória dois contos de Lygia Fagundes Telles que li na escola:
11 “Natal na barca” e “Dezembro no bairro”. Não me lembrava dos enredos, mas presumi que
12  "Dezembro no bairro" era um conto natalino porque tudo em dezembro tem a ver com Natal.
13 Lembrei-me dos contos porque, outro dia, passei um tempo considerável namorando a
14 caprichosa antologia de Lygia que a Companhia das Letras acaba de publicar: Os contos. O livro
15 ainda traz algumas fotos de Lygia, sem dúvida uma das escritoras mais bonitas que a literatura já
16 conheceu: Lygia sorrindo, Lygia lendo, Lygia de perfil, Lygia com Hilda Hilst, Lygia encarando a
17 câmera. Numa das fotos, Lygia aparece caminhando num lugar bucólico ao lado de seu marido, o
18 crítico de cinema Paulo Emílio Salles Gomes. Lygia encara ___ câmera; Paulo Emílio olha para ela
19 e parece sorrir. Na internet há mais fotos dos dois juntos. Lygia e Paulo Emílio no túmulo de Marx.
20 Ela sorri para a câmera; ele sorri para ela. Em outra foto, Lygia descansa a cabeça no ombro de
21 Paulo Emílio e olha para a câmera. Paulo Emílio olha para ela. E sorri, meio bobo. Enfim, vamos
22 aos contos.... Afinal este pretende ser um texto sobre contos de Natal e não sobre a beleza
23 hipnótica de Lygia Fagundes Telles.
24 “Natal na barca” é narrado por uma mulher. Decerto uma mulher elegante, como Lygia. A
25 narradora fuma (o conto é de 1958) e carrega uma pasta (de advogada?). No posfácio de Os
26 contos, a crítica literária Walnice Nogueira Galvão afirma que “ler Lygia Fagundes Telles sem
27 visualizar uma mulher é difícil” e arrisca até uma descrição dessa narradora de “Natal na barca”:
28 "Uma persona discreta, reticente e reservada, semelhante ___quela que escreve. Com o corte
29 pajem, adequado a seu cabelo liso, sem enfeites nem artifícios, blazers de linha clássica, camisas
30 claras, saias de cor cinza. Essa é a narradora que visualizamos ao ler sua ficção". No conto, a
31 narradora elegante faz uma viagem de barca, na noite de Natal, na companhia de um bêbado e
32 de uma professora pobre com um filho doente nos braços (uma imagem da Virgem Maria com seu
33 bebê divino?).
34 A narradora não quer falar com ninguém, não quer envolver-se nos "tais laços humanos",
35 mas acaba conversando com a jovem mãe, que precisa levar seu filho ao médico. A mãe conta
36 que, um ano antes, perdera seu filho mais velho, de 4 anos, e fora abandonada pelo marido, mas
37 matinha a fé: "Deus nunca me abandonou". A fé da mãe pobre desconcerta a narradora
38 requintada, que talvez depositasse sua confiança na solidez de pastas elegantes e cigarros. Ao se
39 aproximar para ver o bebê, ela o percebe imóvel e é tomada pela certeza desesperadora de que
40 estava morto e a mãe percebera. Será que sua fé simples a salvaria agora? O conto termina meio
41 ambíguo. Outra vez, o leitor (e a narradora) não sabe direito o que aconteceu. Um milagre de
42 Natal, talvez?
43 Além do Natal, esse conto apresenta o suspense, a ambiguidade. O leitor termina sem
44 saber direito o que aconteceu. Acontece mesmo um milagre em "Natal na barca" ou a narradora
45  elegante só se confundiu? O leitor chega ao fim do conto sem saber direito como chegou lá.
46 Parece que faltou alguma informação, que ele perdeu alguma coisa, que não reparou no que
47 acontecia nos fundos do conto, nas entrelinhas. A narrativa elegante e furtiva de Lygia hipnotiza o
48 leitor, prende-lhe ___ atenção com os detalhes, afasta as perguntas curiosas e o conduz até uma
49 conclusão inconclusiva, que perturba e faz pensar. "Quando foi que a narrativa tomou o rumo que
50 tomou? Será que eu me distraí?", pensa o leitor. Talvez aí ele entenda por que Paulo Emílio não
51 conseguia tirar seus olhos sorridentes de Lygia.
(Ruan de Sousa Gabriel. 12/12/2018. Disponível em https://epoca.globo.com. Adaptado)
Considerando o emprego dos nexos linguísticos, analise o trecho a seguir:
Na linha 11, a conjunção “mas” introduz a ideia de ____________, podendo ser substituída por __________, desde que __________ alterações no período.
Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas do trecho acima.
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De acordo com as normas de introdução ao direito brasileiro para eliminar irregularidade, incerteza jurídica ou situação contenciosa na aplicação do direito público, inclusive no caso de expedição de licença, a autoridade administrativa poderá, após oitiva do órgão jurídico e, quando for o caso, após realização de consulta pública, e presentes razões de relevante interesse geral, celebrar compromisso com os interessados, observada a legislação aplicável, o qual só produzirá efeitos a partir de: 
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Instrução: As questões de números 01 a 10 referem-se ao texto abaixo.
“Natal na Barca”, de Lygia Fagundes Telles
01 Depois de pensar em livros para ler nos dias de sol, “inundados de sol”, do verão, comecei
02 a pensar em livros de Natal. Não em livros para dar de presente no Natal — quase todos servem
03 para isso —, mas em livros em que o Natal apareça, ainda que só nos fundos, ou que se passem
04 em dezembro. Há os clássicos natalinos, como Um conto de Natal, de Charles Dickens, e "O
05 presente dos magos", aquele conto tristíssimo de O. Henry em que um casal paupérrimo se
06 sacrifica para comprar um presente de Natal um para o outro. Lembrei-me também de O
07 apanhador no campo de centeio, que se passa todo poucos dias antes do Natal; e de Madame
08 Bovary, porque Emma e Charles casam perto do Natal, quando a província francesa fica branca de
09 neve. Pois é, todos esses são livros sobre o Natal nevado... E o chuvoso e abafado Natal dos
10 trópicos, cadê? Vieram-me ___ memória dois contos de Lygia Fagundes Telles que li na escola:
11 “Natal na barca” e “Dezembro no bairro”. Não me lembrava dos enredos, mas presumi que
12  "Dezembro no bairro" era um conto natalino porque tudo em dezembro tem a ver com Natal.
13 Lembrei-me dos contos porque, outro dia, passei um tempo considerável namorando a
14 caprichosa antologia de Lygia que a Companhia das Letras acaba de publicar: Os contos. O livro
15 ainda traz algumas fotos de Lygia, sem dúvida uma das escritoras mais bonitas que a literatura já
16 conheceu: Lygia sorrindo, Lygia lendo, Lygia de perfil, Lygia com Hilda Hilst, Lygia encarando a
17 câmera. Numa das fotos, Lygia aparece caminhando num lugar bucólico ao lado de seu marido, o
18 crítico de cinema Paulo Emílio Salles Gomes. Lygia encara ___ câmera; Paulo Emílio olha para ela
19 e parece sorrir. Na internet há mais fotos dos dois juntos. Lygia e Paulo Emílio no túmulo de Marx.
20 Ela sorri para a câmera; ele sorri para ela. Em outra foto, Lygia descansa a cabeça no ombro de
21 Paulo Emílio e olha para a câmera. Paulo Emílio olha para ela. E sorri, meio bobo. Enfim, vamos
22 aos contos.... Afinal este pretende ser um texto sobre contos de Natal e não sobre a beleza
23 hipnótica de Lygia Fagundes Telles.
24 “Natal na barca” é narrado por uma mulher. Decerto uma mulher elegante, como Lygia. A
25 narradora fuma (o conto é de 1958) e carrega uma pasta (de advogada?). No posfácio de Os
26 contos, a crítica literária Walnice Nogueira Galvão afirma que “ler Lygia Fagundes Telles sem
27 visualizar uma mulher é difícil” e arrisca até uma descrição dessa narradora de “Natal na barca”:
28 "Uma persona discreta, reticente e reservada, semelhante ___quela que escreve. Com o corte
29 pajem, adequado a seu cabelo liso, sem enfeites nem artifícios, blazers de linha clássica, camisas
30 claras, saias de cor cinza. Essa é a narradora que visualizamos ao ler sua ficção". No conto, a
31 narradora elegante faz uma viagem de barca, na noite de Natal, na companhia de um bêbado e
32 de uma professora pobre com um filho doente nos braços (uma imagem da Virgem Maria com seu
33 bebê divino?).
34 A narradora não quer falar com ninguém, não quer envolver-se nos "tais laços humanos",
35 mas acaba conversando com a jovem mãe, que precisa levar seu filho ao médico. A mãe conta
36 que, um ano antes, perdera seu filho mais velho, de 4 anos, e fora abandonada pelo marido, mas
37 matinha a fé: "Deus nunca me abandonou". A fé da mãe pobre desconcerta a narradora
38 requintada, que talvez depositasse sua confiança na solidez de pastas elegantes e cigarros. Ao se
39 aproximar para ver o bebê, ela o percebe imóvel e é tomada pela certeza desesperadora de que
40 estava morto e a mãe percebera. Será que sua fé simples a salvaria agora? O conto termina meio
41 ambíguo. Outra vez, o leitor (e a narradora) não sabe direito o que aconteceu. Um milagre de
42 Natal, talvez?
43 Além do Natal, esse conto apresenta o suspense, a ambiguidade. O leitor termina sem
44 saber direito o que aconteceu. Acontece mesmo um milagre em "Natal na barca" ou a narradora
45  elegante só se confundiu? O leitor chega ao fim do conto sem saber direito como chegou lá.
46 Parece que faltou alguma informação, que ele perdeu alguma coisa, que não reparou no que
47 acontecia nos fundos do conto, nas entrelinhas. A narrativa elegante e furtiva de Lygia hipnotiza o
48 leitor, prende-lhe ___ atenção com os detalhes, afasta as perguntas curiosas e o conduz até uma
49 conclusão inconclusiva, que perturba e faz pensar. "Quando foi que a narrativa tomou o rumo que
50 tomou? Será que eu me distraí?", pensa o leitor. Talvez aí ele entenda por que Paulo Emílio não
51 conseguia tirar seus olhos sorridentes de Lygia.
(Ruan de Sousa Gabriel. 12/12/2018. Disponível em https://epoca.globo.com. Adaptado)
Assinale a alternativa cuja palavra apresenta antônimo do vocábulo “reticente” (l. 28).
🧠 Mapa Mental
Texto associado.
Instrução: As questões de números 01 a 10 referem-se ao texto abaixo.
“Natal na Barca”, de Lygia Fagundes Telles
01 Depois de pensar em livros para ler nos dias de sol, “inundados de sol”, do verão, comecei
02 a pensar em livros de Natal. Não em livros para dar de presente no Natal — quase todos servem
03 para isso —, mas em livros em que o Natal apareça, ainda que só nos fundos, ou que se passem
04 em dezembro. Há os clássicos natalinos, como Um conto de Natal, de Charles Dickens, e "O
05 presente dos magos", aquele conto tristíssimo de O. Henry em que um casal paupérrimo se
06 sacrifica para comprar um presente de Natal um para o outro. Lembrei-me também de O
07 apanhador no campo de centeio, que se passa todo poucos dias antes do Natal; e de Madame
08 Bovary, porque Emma e Charles casam perto do Natal, quando a província francesa fica branca de
09 neve. Pois é, todos esses são livros sobre o Natal nevado... E o chuvoso e abafado Natal dos
10 trópicos, cadê? Vieram-me ___ memória dois contos de Lygia Fagundes Telles que li na escola:
11 “Natal na barca” e “Dezembro no bairro”. Não me lembrava dos enredos, mas presumi que
12  "Dezembro no bairro" era um conto natalino porque tudo em dezembro tem a ver com Natal.
13 Lembrei-me dos contos porque, outro dia, passei um tempo considerável namorando a
14 caprichosa antologia de Lygia que a Companhia das Letras acaba de publicar: Os contos. O livro
15 ainda traz algumas fotos de Lygia, sem dúvida uma das escritoras mais bonitas que a literatura já
16 conheceu: Lygia sorrindo, Lygia lendo, Lygia de perfil, Lygia com Hilda Hilst, Lygia encarando a
17 câmera. Numa das fotos, Lygia aparece caminhando num lugar bucólico ao lado de seu marido, o
18 crítico de cinema Paulo Emílio Salles Gomes. Lygia encara ___ câmera; Paulo Emílio olha para ela
19 e parece sorrir. Na internet há mais fotos dos dois juntos. Lygia e Paulo Emílio no túmulo de Marx.
20 Ela sorri para a câmera; ele sorri para ela. Em outra foto, Lygia descansa a cabeça no ombro de
21 Paulo Emílio e olha para a câmera. Paulo Emílio olha para ela. E sorri, meio bobo. Enfim, vamos
22 aos contos.... Afinal este pretende ser um texto sobre contos de Natal e não sobre a beleza
23 hipnótica de Lygia Fagundes Telles.
24 “Natal na barca” é narrado por uma mulher. Decerto uma mulher elegante, como Lygia. A
25 narradora fuma (o conto é de 1958) e carrega uma pasta (de advogada?). No posfácio de Os
26 contos, a crítica literária Walnice Nogueira Galvão afirma que “ler Lygia Fagundes Telles sem
27 visualizar uma mulher é difícil” e arrisca até uma descrição dessa narradora de “Natal na barca”:
28 "Uma persona discreta, reticente e reservada, semelhante ___quela que escreve. Com o corte
29 pajem, adequado a seu cabelo liso, sem enfeites nem artifícios, blazers de linha clássica, camisas
30 claras, saias de cor cinza. Essa é a narradora que visualizamos ao ler sua ficção". No conto, a
31 narradora elegante faz uma viagem de barca, na noite de Natal, na companhia de um bêbado e
32 de uma professora pobre com um filho doente nos braços (uma imagem da Virgem Maria com seu
33 bebê divino?).
34 A narradora não quer falar com ninguém, não quer envolver-se nos "tais laços humanos",
35 mas acaba conversando com a jovem mãe, que precisa levar seu filho ao médico. A mãe conta
36 que, um ano antes, perdera seu filho mais velho, de 4 anos, e fora abandonada pelo marido, mas
37 matinha a fé: "Deus nunca me abandonou". A fé da mãe pobre desconcerta a narradora
38 requintada, que talvez depositasse sua confiança na solidez de pastas elegantes e cigarros. Ao se
39 aproximar para ver o bebê, ela o percebe imóvel e é tomada pela certeza desesperadora de que
40 estava morto e a mãe percebera. Será que sua fé simples a salvaria agora? O conto termina meio
41 ambíguo. Outra vez, o leitor (e a narradora) não sabe direito o que aconteceu. Um milagre de
42 Natal, talvez?
43 Além do Natal, esse conto apresenta o suspense, a ambiguidade. O leitor termina sem
44 saber direito o que aconteceu. Acontece mesmo um milagre em "Natal na barca" ou a narradora
45  elegante só se confundiu? O leitor chega ao fim do conto sem saber direito como chegou lá.
46 Parece que faltou alguma informação, que ele perdeu alguma coisa, que não reparou no que
47 acontecia nos fundos do conto, nas entrelinhas. A narrativa elegante e furtiva de Lygia hipnotiza o
48 leitor, prende-lhe ___ atenção com os detalhes, afasta as perguntas curiosas e o conduz até uma
49 conclusão inconclusiva, que perturba e faz pensar. "Quando foi que a narrativa tomou o rumo que
50 tomou? Será que eu me distraí?", pensa o leitor. Talvez aí ele entenda por que Paulo Emílio não
51 conseguia tirar seus olhos sorridentes de Lygia.
(Ruan de Sousa Gabriel. 12/12/2018. Disponível em https://epoca.globo.com. Adaptado)
Analise as assertivas a seguir, acerca do texto lido:
I. Os comentários do autor, nas linhas 25 (segunda abertura de parênteses) e 32-33, estão entre parênteses porque se caracterizam como suposições acerca do texto literário abordado.
II. A estratégia do autor, empregada na construção do texto, inicia o texto com uma digressão acerca do olhar do marido da autora para sua figura enigmática e fecha o texto relacionando este olhar ao estilo narrativo da autora.
III. “Dezembro no bairro” é um dos contos dos quais o autor tem uma vívida memória e passa-se na época natalina.
Quais estão corretas?
🧠 Mapa Mental
Texto associado.
Instrução: As questões de números 01 a 10 referem-se ao texto abaixo.
“Natal na Barca”, de Lygia Fagundes Telles
01 Depois de pensar em livros para ler nos dias de sol, “inundados de sol”, do verão, comecei
02 a pensar em livros de Natal. Não em livros para dar de presente no Natal — quase todos servem
03 para isso —, mas em livros em que o Natal apareça, ainda que só nos fundos, ou que se passem
04 em dezembro. Há os clássicos natalinos, como Um conto de Natal, de Charles Dickens, e "O
05 presente dos magos", aquele conto tristíssimo de O. Henry em que um casal paupérrimo se
06 sacrifica para comprar um presente de Natal um para o outro. Lembrei-me também de O
07 apanhador no campo de centeio, que se passa todo poucos dias antes do Natal; e de Madame
08 Bovary, porque Emma e Charles casam perto do Natal, quando a província francesa fica branca de
09 neve. Pois é, todos esses são livros sobre o Natal nevado... E o chuvoso e abafado Natal dos
10 trópicos, cadê? Vieram-me ___ memória dois contos de Lygia Fagundes Telles que li na escola:
11 “Natal na barca” e “Dezembro no bairro”. Não me lembrava dos enredos, mas presumi que
12  "Dezembro no bairro" era um conto natalino porque tudo em dezembro tem a ver com Natal.
13 Lembrei-me dos contos porque, outro dia, passei um tempo considerável namorando a
14 caprichosa antologia de Lygia que a Companhia das Letras acaba de publicar: Os contos. O livro
15 ainda traz algumas fotos de Lygia, sem dúvida uma das escritoras mais bonitas que a literatura já
16 conheceu: Lygia sorrindo, Lygia lendo, Lygia de perfil, Lygia com Hilda Hilst, Lygia encarando a
17 câmera. Numa das fotos, Lygia aparece caminhando num lugar bucólico ao lado de seu marido, o
18 crítico de cinema Paulo Emílio Salles Gomes. Lygia encara ___ câmera; Paulo Emílio olha para ela
19 e parece sorrir. Na internet há mais fotos dos dois juntos. Lygia e Paulo Emílio no túmulo de Marx.
20 Ela sorri para a câmera; ele sorri para ela. Em outra foto, Lygia descansa a cabeça no ombro de
21 Paulo Emílio e olha para a câmera. Paulo Emílio olha para ela. E sorri, meio bobo. Enfim, vamos
22 aos contos.... Afinal este pretende ser um texto sobre contos de Natal e não sobre a beleza
23 hipnótica de Lygia Fagundes Telles.
24 “Natal na barca” é narrado por uma mulher. Decerto uma mulher elegante, como Lygia. A
25 narradora fuma (o conto é de 1958) e carrega uma pasta (de advogada?). No posfácio de Os
26 contos, a crítica literária Walnice Nogueira Galvão afirma que “ler Lygia Fagundes Telles sem
27 visualizar uma mulher é difícil” e arrisca até uma descrição dessa narradora de “Natal na barca”:
28 "Uma persona discreta, reticente e reservada, semelhante ___quela que escreve. Com o corte
29 pajem, adequado a seu cabelo liso, sem enfeites nem artifícios, blazers de linha clássica, camisas
30 claras, saias de cor cinza. Essa é a narradora que visualizamos ao ler sua ficção". No conto, a
31 narradora elegante faz uma viagem de barca, na noite de Natal, na companhia de um bêbado e
32 de uma professora pobre com um filho doente nos braços (uma imagem da Virgem Maria com seu
33 bebê divino?).
34 A narradora não quer falar com ninguém, não quer envolver-se nos "tais laços humanos",
35 mas acaba conversando com a jovem mãe, que precisa levar seu filho ao médico. A mãe conta
36 que, um ano antes, perdera seu filho mais velho, de 4 anos, e fora abandonada pelo marido, mas
37 matinha a fé: "Deus nunca me abandonou". A fé da mãe pobre desconcerta a narradora
38 requintada, que talvez depositasse sua confiança na solidez de pastas elegantes e cigarros. Ao se
39 aproximar para ver o bebê, ela o percebe imóvel e é tomada pela certeza desesperadora de que
40 estava morto e a mãe percebera. Será que sua fé simples a salvaria agora? O conto termina meio
41 ambíguo. Outra vez, o leitor (e a narradora) não sabe direito o que aconteceu. Um milagre de
42 Natal, talvez?
43 Além do Natal, esse conto apresenta o suspense, a ambiguidade. O leitor termina sem
44 saber direito o que aconteceu. Acontece mesmo um milagre em "Natal na barca" ou a narradora
45  elegante só se confundiu? O leitor chega ao fim do conto sem saber direito como chegou lá.
46 Parece que faltou alguma informação, que ele perdeu alguma coisa, que não reparou no que
47 acontecia nos fundos do conto, nas entrelinhas. A narrativa elegante e furtiva de Lygia hipnotiza o
48 leitor, prende-lhe ___ atenção com os detalhes, afasta as perguntas curiosas e o conduz até uma
49 conclusão inconclusiva, que perturba e faz pensar. "Quando foi que a narrativa tomou o rumo que
50 tomou? Será que eu me distraí?", pensa o leitor. Talvez aí ele entenda por que Paulo Emílio não
51 conseguia tirar seus olhos sorridentes de Lygia.
(Ruan de Sousa Gabriel. 12/12/2018. Disponível em https://epoca.globo.com. Adaptado)
Assinale a alternativa na qual o termo sublinhado possa ser classificado como pronome demonstrativo. 
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São diretrizes do Plano de Cargos e do Sistema de Remuneração dos Servidores da Autarquia Municipal de Turismo de Gramado – GRAMADOTUR, EXCETO:
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