Segundo Tadeu Chiarelli, em grande parte das pinturas de Portinari, o artista não está preocupado em retratar um brasileiro, mas o brasileiro. Ao superar a pintura regionalista que antecede o Modernismo, Portinari produziu uma obra que tem caráter nacional e moderno, não apenas pelos temas tratados, mas também por questões plásticas. Nos quadros O Mestiço e Lavrador de Café (ambos de 1934), os personagens são pintados em composições monumentais em que predominam os tons de marrom da paisagem e se destacam os campos cultivados ao fundo. Também no quadro Café (1934), a figura humana adquire formas escultóricas robustas, com o agigantamento das mãos e dos pés, recurso que reforça a ligação dos personagens com o mundo do trabalho e da terra. Portinari produziu um conjunto de afrescos para o Ministério da Educação e Cultura (MEC) entre 1936 e 1938, em que tratou da temática relativa aos ciclos econômicos do Brasil. Nessas obras, o artista utilizou recursos derivados da poética desenvolvida no Renascimento italiano. Sua admiração pela obra de Piero della Francesca pode ser observada nos gestos imobilizados dos personagens e no desdobramento da figura em vários momentos do trabalho. Internet: < www.itaucultural.org.br > (com adaptações). Infere-se do texto acima que Portinari, em suas composições,
a) representou personagens com sensualidade primordial, qualidade que imprimiu plasticidade a suas obras.
b) utilizou elementos impressionistas, derivados da realidade brasileira, embora com dramaticidade controlada.
c) criou uma pintura caracteristicamente nacional, com base em tipos brasileiros e com elementos geometrizados.
d) iniciou um novo tipo de natureza-morta, com expressiva qualidade dramática.