Olga Teixeira Damis, in VEIGA, 1998 (Didática: o ensino e suas relações), apresenta reflexão a respeito do planejamento educacional, na qual analisa diferentes enfoques no tratamento dessa questão, relacionando-os a diferentes visões da relação escola/sociedade, tendo predominado, cada uma delas, em um dos contextos socioeconômicos e políticos da sociedade brasileira no transcurso do século XX. Assim como outros estudiosos, Damis assinala que o planejamento educacional foi visto como garantidor de racionalidade e de produtividade ao ensino, depois foi negado por entender-se que a escola só reproduziria o social desigual e injusto. Das décadas finais do século XX para cá, temos a compreensão do processo de planejamento como explicitação de um projeto político-pedagógico fundamentado em uma concepção que situa a educação escolar como mediação no interior da prática social global”. Diante dessas ponderações, é correto afirmar que esse planejamento
a) torna-se indispensável para a concretização das metas educacionais colocadas pelas políticas públicas, apoiadas nas avaliações externas, que apontam para a necessidade de o Brasil qualificar melhor seus trabalhadores a fim de atrair capital e empregos.
b) começa a ser visto como inócuo para a educação escolar, nos níveis da escola e do professor, pois a centralização das decisões no nível federal, para o ensino superior, desencoraja qualquer esforço que se faça, em sentido diverso do que será cobrado.
c) passa a ser valorizado como instrumento a fim de que a educação escolar possa contribuir para a formação humana integral e para a superação da sociedade dominada pelo capital, tomando a realidade social como ponto de partida e de chegada.
d) consolida-se como fator insubstituível no trabalho educativo escolar, sobretudo em nível superior de graduação nas diversas carreiras que vinculam universidade e economia do país, a qual demanda produtividade para competir internacionalmente.
e) desvaloriza-se porque a crítica expõe os vínculos orgânicos da reprodução das desigualdades da sociedade capitalista de classes com a educação escolar e, especialmente, com seus mecanismos de avaliação classificatória e excludente.