O povo é mais forte do que a miséria. Impávido, resiste às provações, vence as dificuldades. De tão difícil e cruel, a vida parece impossível e no entanto o povo vive, luta, ri, não se entrega. Faz suas festas, dança suas danças, canta suas canções, solta sua livre gargalhada, jamais vencido. Mesmo o trabalho mais árduo, como a pesca de xaréu, vira festa. Em tendo ocasião, o povo canta e dança. Em terra ou no mar, nos saveiros e jangadas, nas canoas. Por isso mesmo a Bahia é rica de festas populares. Festas de rua, de igreja, de candomblé. Guardam todas elas nossa marca original de miscigenação, de nossa civilização mestiça.
(Adaptado de: AMADO, Jorge. Bahia de Todos-os-Santos: guia de ruas e mistérios de Salvador. São Paulo: Companhia das Letras, 2012, edição digital)
Está correta a redação do livre comentário que se encontra em:
a) Jorge Amado traça no livro Bahia de Todos-os-Santos, uma detalhada descrição de Salvador, cuja a topografia é privilegiada: situa-se entre o mar e o morro, abrindo-se para as águas.
b) A cidade representada por Jorge Amado no livro Bahia de Todos-os-Santos é um local onde se conversa muito e o tempo ainda não adquiriu a velocidade dos grandes centros urbanos.
c) Em relato sobre a cidade de Salvador, além de investigar a cartografia da cidade, Jorge Amado dispõe-se à criar uma crônica, dos costumes e hábitos da população baiana.
d) Apesar do esforço histórico, buscando esmiuçar os meandros de Salvador, Jorge Amado destaca, em seu guia da cidade, o mistério que lhe recobre, o qual não se sabe a origem.
e) Evita-se no guia de ruas de Jorge Amado, o caráter por demais pitoresco dos guias turísticos, de onde emerge as belezas, mas também as misérias, da capital baiana.