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Questão 673609: A pedagogia tradicional buscava atender e respeitar os al...

A pedagogia tradicional buscava atender e respeitar os alunos que apresentavam distúrbios da comunicação, para que eles pudessem acompanhar os estudantes considerados normais.



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Texto
    A prática da fonoaudiologia no Brasil remonta ao início do século XX, e há teorias que tentam precisar o que motivou o (L.01)
surgimento dessa ciência, pois carece de fundamento a explicação de que ela tenha surgido a partir da necessidade de
reabilitação de indivíduos com distúrbios da comunicação. Como tais patologias sempre existiram, surge o questionamento: por
que, em dado momento, foi preciso "tratá-las"? (L.04)
    Historicamente, a fonoaudiologia esteve ligada à educação, oriunda da preocupação com a profilaxia e a correção de
erros de linguagem apresentados pelos escolares, distanciando-se dela quando da formação dos cursos de nível superior. Para
criar seus procedimentos, essa ciência lançou mão, e ainda lança mão, dos conhecimentos de outras ciências, como psicologia, (L.07)
sociologia, pedagogia, linguística, filosofia, biologia, física e áreas complementares.
    Na década de 1920, teve início, no País, uma política sistemática de controle da linguagem com medidas para sua
padronização e sistematização, com vistas a se evitar o que entendiam por contaminação da língua nacional. Entre essas (L.10)
medidas, estava o tratamento de pessoas que apresentavam patologias relacionadas à comunicação, assim consideradas,
inicialmente, as diferenças linguísticas (variações dialetais) decorrentes do uso dinâmico da linguagem, identificadas desde o
final do século XIX, provocadas por movimentos de imigração nacionais (de uma região para outra) e estrangeiros para as regiões (L.13)
de maior potencial e desenvolvimento industrial do País, do que decorreu a necessidade de fixar e localizar os limites entre o
normal e o patológico.
    Nesse período, com o crescimento do setor médio da população, composto da pequena burguesia das cidades, de (L.16)
funcionários públicos, empregados do comércio, classes liberais e intelectuais e militares (então com origem na classe média),
ganhava força o movimento de renovação do ensino denominado de Escola Nova, que chegou ao Brasil em 1882, pelas mãos de
Rui Barbosa, e exerceu influência nas mudanças promovidas no ensino na década de 1920, quando o País passava por grandes (L.19)
transformações sociais, políticas e econômicas.
    A proposta pedagógica da Escola Nova visava ao "aprender a aprender", diferenciada da pedagogia tradicional, cujo
enfoque era a transmissão do saber e dos conteúdos pelo professor, considerado o centro do processo educativo. Nessa (L.22)
pedagogia, os menos capazes deveriam lutar, sozinhos, para superar as dificuldades e conquistar um espaço entre os mais
capazes intelectualmente.
    Assim, na Escola Nova, houve a defesa dos que eram considerados anormais, que sofriam patologias de várias naturezas, (L.25)
chamados de excepcionais. Hoje, essas patologias são classificadas em subgrupos: desordens de comunicação (distúrbios de
aprendizagem e deficiências da fala e da linguagem); deficiências sensoriais (auditivas e visuais); desvios mentais (intelecção
superior ou lenta quanto à capacidade de aprendizagem); desordens de comportamento (distúrbio emocional e desajustamento (L.28)
social); e deficiências múltiplas e graves (paralisia cerebral e retardamento mental, surdez e cegueira, deficiências físicas e
intelectuais graves).
    Nesse contexto, o fonoaudiólogo é o profissional habilitado para cuidar dos diferentes aspectos da comunicação humana, (L.31)
os quais podem resultar em distúrbios dessa ordem: linguagem oral e escrita; fala; fluência; voz; audição; e funções
neurovegetativas, responsáveis pela mastigação, deglutição e respiração e neurológicas. Ele desenvolve, ainda, atividades
voltadas a promoção da saúde, prevenção, orientação, avaliação, diagnóstico e terapia, além de atuar em ensino, pesquisa e (L.34)
consultoria.
Stella Maris Cortez Bacha e Alda Maria do Nascimento Osório. Fonoaudiologia & educação: uma revisão da prática histórica (p. 217-218). In: Rev. CEFAC, São Paulo, v. 6, n.° 2, p. 215-221, abr./jun. 2004 (com adaptações).
A respeito das ideias do texto, julgue o item.
A pedagogia tradicional buscava atender e respeitar os alunos que apresentavam distúrbios da comunicação, para que eles pudessem acompanhar os estudantes considerados normais.
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