No Brasil pós 1930, a relação entre intelectuais e os valores autoritários que emanavam do Estado não deve ser vista como passiva, com homens letrados e artistas “bem-intencionados” tornando-se vítimas das manipulações de políticos espertalhões. As soluções autoritárias para a “questão nacional” ou para o campo cultural, sobretudo aquelas que envolviam a educação das massas e a imposição de valores nacionalistas às elites regionais, eram compartilhadas por vários intelectuais ideologicamente distintos entre si, como liberais, fascistas, católicos e positivistas.
(Napolitano, M. História do Brasil República: da queda da Monarquia ao fim do Estado Novo. São Paulo: Contexto, 2016. Adaptado)
À época, os intelectuais passaram a ver no Estado
a) um agente de efetivação de um projeto politicamente descentralizado, em que prevalecesse a autonomia dos estados.
b) um meio para construir os valores da “brasilidade”, forjando uma nação integrada que unisse elites e classes populares.
c) um potencializador das práticas econômicas e sociais rurais, evitando choques oriundos da industrialização e da urbanização.
d) um mecanismo de reafirmação da identidade religiosa católica brasileira, em detrimento de outras crenças e religiões.
e) uma forma de afirmação de um ideal racista, voltado para a defesa da cultura popular e das políticas de branqueamento.