Leia com atenção o texto abaixo:
Posso sair daqui pra me organizar (x2)
Posso sair daqui pra desorganizar
Da lama ao caos, do caos à lama (x2)
o homem roubado nunca se engana
O sol queimou, queimou a lama do rio
Eu vi um chié andando devagar
E um aratu pra lá e pra cá
E um caranguejo andando pro sul
Saiu do mangue e virou gabiru
Ô Josué, eu nunca vi tamanha desgraça
Quanto mais miséria tem, mais urubu ameaça
Peguei um balaio fui na feira roubar tomate e cebola
Ia passando uma véia e pegou a minha cenoura
"Aê minha véia deixa a cenoura aqui
Com a barriga vazia eu não consigo dormir"
E com o bucho mais cheio comecei a pensar
Que eu me organizando posso desorganizar
Que eu desorganizando posso me organizar
Que eu me desorganizando posso me organizar.
Da lama ao caos, do caos à lama
o homem roubado nunca se engana
Da lama ao caos, do caos à lama
o homem roubado nunca se engana
Chico Science & Nação Zumbi. Da Lama Ao Caos. 1994.
Sobre ele, assinale a alternativa CORRETA .
a) O texto faz referência ao ecossistema dos mangues como símbolo da miséria e da pobreza e ilustra a necessidade de se proporem alternativas para sua extinção, na medida em que colaboram com a desorganização da cidade do Recife e dificultam o desenvolvimento.
b) Da lama ao caos, do caos à lama é uma obra, que exemplifica o movimento Manguebeat, ocorrido na década de 70, na cidade do Recife, no sentido de resgatar a desvalorização da cultura local, influenciando movimentos culturais externos.
c) No trecho do texto: “Ô Josué, eu nunca vi tamanha desgraça”, o autor sinaliza a sua insatisfação com as heranças e influências culturais deixadas por Josué de Castro, Mestre Salustiano, Ariano Suassuna no surgimento do movimentoManguebeat, na década de 90.
d) O texto ilustra um movimento de renovação e valorização da cultura pernambucana, denominado de Manguebeat, nascido na década de 90, na cidade do Recife, pautado na mobilização e na contestação social, e traz a ideia de caos como referência às desigualdades e aos conflitos sociais.
e) No texto, o caranguejo e o aratu representam a abundância dos recursos da natureza presentes nos manguezais, sendo esses recursos os responsáveis pela redução da fome e da miséria e por significativos avanços sociais, vistos na década de 70, momento em que nascia o Movimento Manguebeat.