Questão 3400: “Quem nunca questionou por que algumas pessoas pensam......

“Quem nunca questionou por que algumas pessoas pensam...” O termo destacado, apresentando grafia idêntica à dessa frase, preenche a lacuna em:


Texto associado.
Por que a gente é assim?

Quem nunca questionou por que algumas pessoas
pensam e agem de certa forma, geralmente em momentos
de total oposição aos nossos pensamentos e
certezas? A questão é que essa pergunta é sempre
feita em relação ao outro, àquele que não é igual a
nós. Mas e quando a pergunta é direcionada para o
próprio umbigo: por que a gente é assim?
Há dois anos, vivo a aventura de pensar e produzir o
projeto transmídia “Por que a gente é assim?”, uma
tentativa tão ousada quanto exaustiva de mapear os
comportamentos e os valores dos brasileiros hoje.
Nossa proposta foi ter três frentes de comunicação:
mídia digital, televisão e teatro de rua - todos desenvolvidos
num processo de criação colaborativa. No site
do projeto e no Facebook, reunimos artigos e imagens
de blogueiros e fotógrafos convidados a refletir
sobre os temas Sexo, Autoridade, Fé, Preconceito,
Consumo e Educação. [...]
Mas afinal, por que a gente é assim? Para onde
queremos ir com este Brasil? Quais legados queremos
deixar como sociedade? Em alguns países,
como os Estados Unidos, esta discussão está mais
articulada. [...]
Por aqui, talvez o único valor cristalizado nos últimos
50 anos (com orgulho ou desprezo) seja o “jeitinho
brasileiro”, a tal malandragem que resolve tudo
- não sem consequências. No entanto, é evidente
que este Brasil está mudando e, em alguns aspectos,
vertiginosamente.
Nos últimos 18 anos, o Brasil se institucionalizou e
mostrou que boa regulamentação é possível, além de
absolutamente necessária. Hoje, a implantação das
UPPs no Rio é uma parte evidente e concreta disso.
Muito se tem falado - e o assunto é de extremo interesse
e relevância - sobre a mudança demográfica que
vivemos hoje com um novo paradigma: nos tornamos
um país majoritariamente de classe média. Mas o que
quer e como se comporta esta classe média? Com
mais gente e mais consumo, como vamos solucionar
os desafios de vivermos juntos nas grandes cidades?
Daremos, de fato, importância à inclusão via educação
pública, ou manteremos um regime de “reserva
de mercado” ao deixarmos grande parte da população
alijada de educação de qualidade? Continuaremos fingindo
que as pessoas não são discriminadas por conta
da sua classe social, da sua origem geográfica e
da cor de sua pele?
Enfim, algumas perguntas que devemos nos fazer ao
tentarmos trazer para o presente o país do futuro que
acreditamos merecer. O que queremos de nós?

Guilherme Coelho – O Globo – publicado em 21/07/2011
[adaptado]
“Quem nunca questionou por que algumas pessoas pensam...” O termo destacado, apresentando grafia idêntica à dessa frase, preenche a lacuna em: