“A Sociologia das Ausências é um procedimento transgressivo, uma sociologia insurgente para tentar mostrar que o que não existe é produzido ativamente como não-existente, como uma alternativa não-crível, como uma alternativa descartável, invisível à realidade hegemônica do mundo” (SANTOS, 2007, p.28-29).
Na sociologia ocidental, as ausências seriam produzidas por meio de cinco modos ou “monoculturas”: a monocultura do saber e do rigor; a do tempo linear; a da naturalização das diferenças; a da escala dominante; e, finalmente, aquela do produtivismo capitalista. Nesse quadro, tudo que não é produtivo no contexto capitalista é considerado “improdutivo”, produzindo ausências que deixam de lado, como não-existentes, diversas formas de experiências sociais.
Nesse contexto, assinale a alternativa INCORRETA em relação aos modos de produção de ausências.
a) A monocultura do saber concebe o saber científico como único saber rigoroso e válido, produzindo, assim, a desqualificação dos conhecimentos alternativos ao modelo científico.
b) A monocultura do tempo linear afirma que a história tem uma única direção, e que os países desenvolvidos estão sempre na dianteira por serem mais avançados que os países menos desenvolvidos.
c) A monocultura da naturalização das diferenças assenta na classificação da população em categorias que naturalizam hierarquias como se as hierarquias fossem frutos de classificações naturais.
d) Na monocultura da escala dominante, a escala fundamental encarrega-se de invisibilizar todas as outras escalas de um sentido de pertinência. A hegemonia das particularidades locais leva ao não reconhecimento do global ou universal.
e) A monocultura do produtivismo capitalista aplica-se tanto ao trabalho quanto à natureza. A ideia é de que o crescimento econômico e a produtividade mensurada em um ciclo de produção determinam a produtividade do trabalho humano ou da natureza. Tudo que não é produtivo na lógica ocidental é considerado improdutivo e estéril.