“É preciso que, desde o começo do processo, vá ficando cada vez mais claro que, embora diferentes entre si, quem forma se forma e reforma ao formar, e quem é formado forma-se e forma ao ser formado. É nesse sentido que ensinar não é transferir conhecimentos, conteúdo, nem formar é a ação pela qual um sujeito criador dá forma, estilo ou alma a um corpo indeciso e acomodado. Não há docência sem discência. As duas se explicam, e seus sujeitos, apesar das diferenças que os conotam, não se reduzem à condição de objeto um do outro.”
Essa afirmação de Paulo Freire, em seu livro Pedagogia da Autonomia, tem a pretensão de apresentar algumas ideias do autor, entre as quais NÃO se encontra:
a) Ensinar exige o necessário grau de autoritarismo em face do poder que deve exercer o educador frente ao educando.
b) Ensinar inexiste sem aprender e vice-versa, e foi aprendendo socialmente que, historicamente, mulheres e homens descobriram que era possível ensinar.
c) Foi socialmente aprendendo que, ao longo dos tempos, mulheres e homens perceberam que era possível, depois preciso, trabalhar maneiras, caminhos, métodos de ensinar.
d) Aprender precedeu ensinar, ou em outras palavras, ensinar se diluía na experiência de aprender. Assim, inexiste qualquer validade no ensino que não resulta em aprendizagem.