Texto associado. Há bons motivos para não gostar dos manguezais: são feios, lamacentos, repletos de mosquitos e geralmente cheiram mal. Mas há também boas – e novas – razões para dar mais valor a esses espaços que misturam água do mar e de rios em meio a árvores de raízes expostas. Aprofundando a antiga explicação de que os manguezais são berçários de animais marinhos, uma equipe da Universidade Federal de Pernambuco verificou que várias espécies de peixes precisam de redutos distintos no mangue, com salinidade maior ou menor, para desovar e criar seus filhotes até que sejam capazes de seguir para o oceano.
“O local de acasalamento dos peixes é um, o de desova é outro e o berçário é um terceiro, às vezes distante entre si dezenas de metros, tudo dentro do estuário”, diz Mario Barletta, que, com seu grupo, percorre os estuários da América do Sul. Outra conclusão é que esses locais de reprodução, desova, crescimento, proteção e alimentação de peixes variam ao longo do ano, de acordo com as fases da lua e o regime de chuvas, com diferentes níveis de turbidez, salinidade e concentração de oxigênio dissolvido na água.
Comuns em todo o litoral brasileiro, exceto no Rio Grande do Sul, os manguezais são protegidos por lei federal, mas estão perdendo espaço para estradas, condomínios residenciais e indústrias, e ganhando poluição. Sem seus refúgios, peixes e tartarugas marinhas em crescimento mudam a dieta e comem até plástico. Fernanda Possato Barleta e outros pesquisadores da UFPE alertam que não é possível quantificar o alcance desse fenômeno nem as consequências desse tipo de poluição, mas recomendam mais cuidado para evitar que ela prejudique ainda mais a vida dos peixes e das pessoas.
(Fragmento adaptado de Carlos Fioravanti. “Berçários móveis”. Pesquisa FAPESP , n. 187, Setembro de 2011. p. 55-7)
Os pesquisadores alertam que não é possível quantificar o alcance desse fenômeno nem as consequências desse tipo de poluição, mas recomendam mais cuidado para evitar que ela prejudique ainda mais a vida dos peixes e das pessoas. (último parágrafo)
Uma outra redação para a frase acima, que mantém a correção, a lógica e o sentido, em linhas gerais, é:
a) Ainda que chamem a atenção para a impossibilidade de se mensurar o fenômeno ou os efeitos dessa espécie de poluição, os pesquisadores sugerem maior cautela para não permitir que ela cause ainda mais prejuízo à vida dos peixes e das pessoas.
b) Os pesquisadores advertem de que é impossível avaliar a distância desse fenômeno e nem os efeitos desse tipo de poluição, porquanto sugerem maior atenção para não deixar que ela provoque mais lezão a vida dos peixes e das pessoas.
c) À despeito de chamar a atenção para o quão impossível é avaliar o alcance do fenômeno ou os resultados dessa espécie de poluição, os pesquisadores aventam mais cautela no sentido de não permitir maior prejuízo a vida dos peixes e das pessoas.
d) Os pesquisadores advertem que, embora não seja possível a quantificação do fenômeno nem dos efeitos desse tipo de poluição, aconcelham maior procedência quanto a não permitir que ela prejudique a vida dos peixes e das pessoas.
e) Chamando a atenção para o fato cujo não se pode quantificar o fenômeno ou os resultados dessa espécie de poluição, os pesquisadores precionam por maior cautela em não deixar que a vida dos peixes e das pessoas venham a ser mais prejudicadas.