Uma das mais instigantes questões acerca das relações entre política e administração diz respeito ao significado, à desejabilidade e aos limites da neutralidade burocrática nas democracias contemporâneas. O conceito de neutralidade é aparentemente muito simples, baseando-se nos princípios de separação entre as carreiras políticas e administrativas e de despolitização do serviço público. Com base no modelo típico-ideal weberiano, a separação entre política e administração está contemplada em todos os enunciados a seguir, exceto :
a) cumprimento, pela burocracia, de tarefas segundo regras calculáveis e "sem relação com pessoas".
b) execução conscienciosa, pelos burocratas, das decisões legais dos políticos, como se resultassem de suas próprias convicções.
c) preservação do envolvimento dos burocratas com partidos ou lideranças políticas, de modo a atuarem como instrumentos de qualquer governo legítimo.
d) seleção para o exercício de cargos, mediante sua competência técnica em arena de competição administrativa.
e) responsabilização pessoal dos burocratas pelas conseqüências políticas de decisões e ações executadas com base no poder e atribuições dos seus cargos.