O conceito de habitus, desenvolvido por Pierre Bourdieu, constituiu-se como a chave-mestra de sua sociologia. De modo geral, o habitus refere-se a um sistema de disposições duráveis adquiridos pelo indivíduo no curso de seu processo de socialização. Apresenta-se como um produto das condições sociais passadas e como princípio gerador das práticas e das representações, permitindo ao indivíduo construir as estratégias antecipadoras. Segundo Bourdieu, essa noção contribui para a superação da oposição entre os pontos de vista objetivista e subjetivista, entre as forças exteriores da estrutura social e as forças interiores resultantes das decisões livres dos indivíduos. FERREOL, G. Dictionnaire de Sociologie. Paris: Armand Colin, 1991. (com adaptações) Considerando o texto acima, analise as afirmações a seguir. I. O termo habitus, adotado para marcar a diferença com conceitos correntes, tais como hábito, costume, praxe e tradição, faz a mediação entre a função e a ordem. II. A instituição escolar tem por função produzir indivíduos dotados de sistema de esquemas inconscientes que constituem sua cultura, ou melhor, o seu habitus, com potencial para transformar a sua herança coletiva em inconsciente individual e comum. III. Nas sociedades onde inexiste a escola, a função de inculcação do habitus é garantida pelas formas primitivas de classificação (bem/mal, bonito/feio, bom/mau), constituídas pelos mitos e pelos ritos. IV. O habitus, como capacidade de engendrar as novas práticas, funciona como uma gramática geradora da conduta, ou seja, como um sistema de esquemas interiorizados que permitem engendrar todos os pensamentos, as percepções e as ações características de uma cultura. V. O habitus é totalmente dependente, pois reside entre o inconsciente-condicionado e o intencional calculado. É correto apenas o que se afirma em
a) I, II, e V.
b) I, III e IV.
c) I, IV e V.
d) II, III e IV.
e) II, IV e V.