O Jornal Nacional, um dos líderes de audiência no segmento, amarga, em janeiro de 1997, um índice de 30 pontos, e não conseguiu ultrapassar o índice médio de 40 pontos. Em abril de 1997, com a reportagem-denúncia baseada no vídeo de um cinegrafista amador sobre a truculência policial na Favela Naval, em Diadema, São Paulo, há uma recuperação dos índices de audiência. As cenas destoavam do tradicional "padrão Globo de qualidade", mas causam impacto e repercutem na mídia nacional. Para José Marques de Melo (2001), a reportagem quebra o padrão Globo também por inspirarse num modelo que, sendo mais ficcional (ao estilo de Nelson Rodrigues), era também mais conhecido do público de menor poder aquisitivo, ou seja, a grande parte da população brasileira (Temer, 2001). Com base nesse relato, pode-se afirmar que o episódio mostra
a) a face hegemônica do telejornalismo brasileiro, interna e externamente ao país.
b) um tipo de jornalismo conhecido como entretenimento.
c) a tendência à serialização e à inserção de narrativas da ficcionalidade na imprensa nacional.
d) a agilidade e a eficiência da empresa jornalística em lidar com a crise da audiência.
e) a descoberta de que o jornalismo ficcional continua em alta na grade de programação das emissoras.