Guerra dos Trinta Anos: início, motivo, fases e nações envolvidas

Por Maíra Pires em História, Guerra | 29/04/2023 14:36:42

A Guerra envolveu diversas nações do continente Europeu e teve como um dos motivos às reformas protestantes da Igreja Católica e a busca pela dominação na Europa.



Os conflitos iniciaram num primeiro momento, devido ao aumento das tensões religiosas na Alemanha
Os conflitos iniciaram num primeiro momento, devido ao aumento das tensões religiosas na Alemanha

A Guerra dos Trinta anos é conhecida como uma união de vários conflitos que ocorreram na passagem da Idade Média para a Idade Moderna, entre os anos de 1618 e 1648.

A Guerra envolveu diversas nações do continente Europeu e teve como um dos motivos às reformas protestantes da Igreja Católica e a busca pela dominação na Europa.

Os conflitos envolveram de um lado nações protestantes e de outro católicos da região do antigo Sacro Império Romano.

Guerra dos Trinta Anos: Nações envolvidas

França, Inglaterra, Espanha, Portugal, Alemanha, Dinamarca, Países Baixos, Áustria e Suécia.

Motivo para o início da Guerra dos Trinta Anos

Os conflitos iniciaram num primeiro momento, devido ao aumento das tensões religiosas na Alemanha, pois no reinado do católico Rodolfo II foram tomadas diversas medidas que destruíram igrejas protestantes.

Como uma reação a destruição das igrejas protestante foi criada a União Evangélica em 1608, e para combater esta foi criada também a Liga Católica.

Ao mesmo tempo, na região Tcheca da Boêmia, o rei Fernando II, pertencente à dinastia de Habsburgo e também duque da Estíria e da Áustria, era um fiel católico, enquanto a maioria da população era protestante.

Fernando II era também o próximo a assumir o trono do Sacro Império. Este, como um católico impetuoso destruiu mais igrejas protestantes e ordenou o catolicismo como religião predominante na região.

O início da Guerra dos Trinta Anos: a Defenestração de Praga

A Guerra teve seu inicio no acontecimento chamado de Defenestração de Praga, momento em que a União Evangélica em 23 de maio de 1618 tomaram o palácio real de Fernando II localizada na Boêmia (atual República Tcheca) e jogaram pela janela o rei e os seus seguidores.

Defenestração de Praga
Defenestração de Praga. Ilustração de Johann Philipp Abelinus (entre 1635-1662).

Fases da Guerra do Trinta anos

  • Fase Palatino-Boémia (1618-1625)
  • Fase Dinamarquesa (1625-1629)
  • Fase Sueca (1630)
  • Fase Francesa (1635-1648)

Fase Palatino- Boémia

Esta fase teve como característica inicial a vitória dos protestantes que invadiram e dominaram a cidade de Viena. O trono de Boêmia passou a pertencer a União Evangélica sob a liderança de Frederico V.

No entanto, devido às divergências internas entre os protestantes, houve a primeira vitória da Liga Católica sobre os protestantes na chamada Batalha de Montanha Branca. Muitos dos vencidos foram perseguidos e mortos.

A religião protestante passou a ser proibida.

Fase Dinamarquês

Essa fase inaugurou a expansão do conflito e a sua internacionalização, momento em que Fernando II solicita a devolução de suas terras católicas a União Evangélica.

Para barrar tal medida, a União Evangélica pediu auxilio ao rei da Noruega Cristiano II, protestante, que era também rei da Dinamarca e do Ducado de Holstein no interior do Sacro Império. Cristiano, na busca pela expansão do seu poder sobre Habsburgo, declarou guerra contra este Estado e recebeu apoio dos holandeses.

Contudo, Cristiano II e as tropas holandesas perderam tal batalha e tiveram que assinar o Tratado de Lübeck e perderam o direito sobre as terras germânicas.

Fase Sueca

Nessa fase temos o envolvimento do cardeal de Richelieu, que era ministro de Luís XIII, rei da França. O cardeal, mesmo sendo católico, tinha como objetivo impedir o progresso dos Habsburgo na Europa e optou por se aliar aos protestantes.

O cardeal se aliou também ao rei da Suécia no combate e invasão ao império de Habsburgo de Fernando II. Contudo, as tropas da Suécia foram derrotadas no conflito na Baviera.

Fase Francesa

Essa fase tem inicio em 1635, momento em que a França declara guerra aos Habsburgo. Com o desígnio de derrubar também Habsburgo e deslocar a França como uma potência, o cardeal Richelieu se aliou aos Países Baixos, Suécia e outros países protestantes formando um grande exército contra Habsburgo.

Entre 1635 e 1644 houve as primeiras derrotas de Habsburgo, que acabou por perder a sua força. Derrotados, em 1645 Fernando II assina o tratado de paz, mas o conflitos só se findaram mesmo em 1648, com a assinatura do Tratado de Paz de Vestfália.

Esse tratado colocou um ponto final na Guerra dos Trinta anos e possibilitou a independência dos Países Baixos, de igual modo, também deu relevância ao poder politico em detrimento do poder religioso.

Foto de perfil Maíra Pires
Graduada em História, habilitada para Licenciatura e Bacharelado, (UDESC) e Mestre em História (UDESC). Cursando Doutorado em História (PUC-SP).

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