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A Unificação do Egito: Papel do Nilo na construção do Império Egípcio

Por Nickolas Laprovita | Em 18/05/2021 00:47:02 | História

O Império Egípcio surgiu por volta de 3.200 a.C. e durou até por volta de 32 a.C. Alguns pesquisadores o subdividem em três períodos principais: Antigo Império, Médio Império e Novo Império. Vejamos:


A Unificação do Egito: Elizabeth Taylor no papel de Cleópatra
A Unificação do Egito: Elizabeth Taylor no papel de Cleópatra

O Império Egípcio surgiu por volta de 3.200 a.C. e durou até por volta de 32 a.C. É conhecidocomo um dos maiores e mais antigos da história.

Alguns pesquisadores o subdividem em três períodos principais: Antigo Império, Médio Império e Novo Império.

Antes de se tornar unificado alguns povos conhecidos nomos já habitavam a atual região do Norte da África.

Formação e consolidação do Império Egípcio

Chamado de “A Dádiva do Nilo” pelo historiador grego Heródoto (485 a.C. – 425 a.C.), o Egito era formado por diversos nomos que se organizaram nas proximidades das margens do Rio Nilo.

Os nomos foram os primeiros núcleos sociais que dariam origem ao império egípcio. Cada um era independente e possuíam autonomia política, econômica e religiosa entre si, eram liderados pelos Nomarcas.

Tais grupos surgiram a partir da Revolução Agrícola no período Neolítico, onde o aperfeiçoamento da agricultura, pecuária e pesca foram importantes para o processo de sedentarização e formação desses povoados.

Todo esse processo não estaria completo se não fosse a presença do Rio Nilo naquela região, pois são nas proximidades dos grandes rios que surgem os principais núcleos populacionais.

Localizado na chamada de crescente fértil que engloba o Norte da África e a região do Golfo Pérsico o Nilo faz parte de um conjunto de territórios muito propícios para a agricultura.

O Nilo foi um dos principais fatores para a formação desses primeiro povos e continuou exercendo o papel principal durante todo o resto de sua história.

Alto Egito (sul) e Baixo Egito (norte). Nota-se também a concentração de nomos nas margens do Rio Nilo.
Alto Egito (sul) e Baixo Egito (norte). Nota-se também a concentração de nomos nas margens do Rio Nilo.

O Alto e o Baixo Egito: unificação e formação civilizacional

Mesmo que com culturas semelhantes, conflitos se estabeleceram entre esses grupos modificando a configuração territorial da região. Uma das hipóteses desses conflitos é o controle das regiões férteis do Nilo, dada a importância do local.

Com o passar do tempo os nomos começaram a se aliar uns aos outros em busca desse controle.

Podemos destacar aqui duas importantes regiões oriundas dessas alianças: o Baixo Egito (ao norte do continente) e o Alto Egito (ao sul do continente), que formavam uma espécie de dois grandes reinos que rivalizavam.

Por volta de 3.100 a.C. Menés I conseguiu unificar essas duas regiões sobre seu poder, tornando-se assim o primeiro faraó do Egito unificado.

As representações das coroas dos faraós das regiões do antigo Egito.
As representações das coroas dos faraós das regiões do antigo Egito.

As visões contemporâneas do Egito antigo no cinema

Mesmo sendo uma das mais famosas e conhecidas civilizações do mundo, o Egito ainda nutre o imaginário social de diversas formas.

Por diversas vezes aparece representado no cinema das mais diversas maneiras e estilos, tendo seus personagens eternizados pelo público.

As imagens construídas em seu entorno são das mais diversas e por vezes destorcidas para adequar-se a uma determinada visão e narrativa específica.

Nesse caso o filme “A Múmia” (1999) que é uma reinterpretação do clássico de 1932 de mesmo nome, narra a história das famosas maldições e relações com o sobrenatural que envolvia as mumificações.

A Múmia (1999), o teor de fantasia do filme mostra a visão exótica que se tinha sobre o Egito.
A Múmia (1999), o teor de fantasia do filme mostra a visão exótica que se tinha sobre o Egito.

É um dos exemplos de representação do exotismo e do mistério que ainda envolve as visões do Antigo Egito.

Outro clássico sobre uma das figuras mais conhecidas do antigo Egito foi a Cleópatra que foi eterniza pela atriz Elizabeth Taylor nos cinemas com o filme de mesmo nome em 1963.

Elizabeth Taylor no papel de Cleópatra. O filme destaca a relação romantizada entre Cleópatra, Júlio Cezar e Marco Antônio.
Elizabeth Taylor no papel de Cleópatra. O filme destaca a relação romantizada entre Cleópatra, Júlio Cezar e Marco Antônio.

Foi um filme recheado de polêmicas, entre elas uma que é colocada em relação até hoje é o a visão eurocêntrica que acarretou no “branqueamento” de Cleópatra que de acordo com especialistas possuía tons de pele mais escuros assim como outros egípcios.

Conclusão...

O Egito Antigo, mesmo sendo uma das antigas civilizações mais conhecidas e representadas na atualidade, entre polêmicas ou não, sua origem remonta muito anterior ao grande império que se tornou.

Compreender a sua formação e surgimento nos faz compreender o surgimento de outras importantes civilizações como a Mesopotâmia, e assim buscar entender a importância das mesmas para a sociedade atual.

Foto de perfil Nickolas Laprovita
Por Nickolas Laprovita | Professor de História
Mestrando em História Social na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) e graduado em licenciatura e bacharelado na Universidade Federal Fluminense (UFF)

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